Logo que conhecidos os resultados eleitorais, os apoiantes do Partido Socialista concentraram-se no Terreiro, em Caminha, vitoriando Miguel Alves e aguardando que lhes dirigisse a palavra.

"Que grande vitória"

O autarca reeleito para novo mandato surgiu sobre um palco improvisado junto ao Chafariz, rodeado pela equipa que o acompanhará nos próximos anos e demais eleitos para os diferentes órgãos autárquicos, a fim de celebrar uma "grande vitória que nos fez ferver o sangue" por mais de 1500 votos, atendendo a que "A Voz do Povo Falou" (uma bicada aos cartazes anónimos colocados pelo concelho no início da campanha eleitoral, e que diziam ser a Voz do Povo) e o Partido Socialista ganhou!".

"Um tsunami"

Incentivado pela multidão que não se cansava de o aclamar ( "Miguel, amigo, o povo está contigo!"), Miguel Alves destacou ainda o facto de terem vencido para a Câmara em 11 das 14 freguesias do concelho de Caminha, o que representaria "uma vitória do povo do concelho de Caminha", como resultado de "uma grande campanha durante todas estas semanas e de um grande trabalho em todas as freguesias, a resolver os problemas que nos deixaram mas, sobretudo, a olhar para o futuro".

O líder vitorioso saudou também todos os partidos, listas independentes, candidatos e autarcas eleitos, porque, justificou, "todos contribuem para a democracia e para valorização da nossa terra", a par dos que participaram no acto eleitoral e "não deixaram que outros decidissem por eles".

"Reencontro com o nosso futuro colectivo"

Embora admitisse que a vitória registada os honra, "também nos responsabiliza", frisou, devendo a partir de agora fazer "mais e melhor e aquilo que ainda não foi feito", numa alusão à canção que viria a ecoar no Terreiro.

Adiantou que conta com uma equipa para levar por diante os projectos e promessas eleitorais, e considerou que o 1 de Outubro "foi um dia em que a democracia e a liberdade percorreram todas as ruas do concelho de Caminha", prometendo colocar "este grande resultado ao serviço das pessoas".

Foi um dia de "festejar, de nos abraçarmos, chorarmos e cantarmos se for caso disso e, amanhã, é o tempo de trabalhar", incluindo a sua equipa e todos os presidentes de junta que "quiserem trabalhar comigo e com a Câmara Municipal", assim terminou em Caminha o seu improviso, Miguel Alves, perante os gritos de "vitória" dos eleitores galvanizados.

"1505 votos são 1505 responsabilidades"

Após esta concentração em Caminha, uma caravana automóvel dirigiu-se até à Praça da República, em Vila Praia de Âncora, onde voltou a dirigir-se aos presentes, apelando a um trabalho a fazer no futuro, atendendo a que ainda houve quatro freguesias onde o PS ainda não conseguiu ganhar, muito embora não seja uma obsessão de vencer em todas, mas sim "criar condições para o trabalho desenvolvido".

"Trabalho sem rancores"

Apelou a um trabalho "conjunto, sem rancores", entre as juntas de freguesia e a Câmara Municipal e prometendo o mesmo desempenho para Vila Praia de Âncora e para as demais freguesias "para termos capacidade de trabalhar juntos".

Miguel Alves acentuou, contudo, que "o PS é a força política mais forte no Vale do Âncora", tendo invertido uma situação que se prolongava há muitos anos, considerando-a "o prenúncio de uma mudança maior".

"Um homem com H grande"

Com a colaboração dos dois vereadores eleitos do Vale do Âncora (Guilherme Lagido e Liliana Ribeiro), serão acompanhadas de perto todas as situações, prometeu, após o que se dirigiu a um homem "com H grande, um democrata, um garante da liberdade na Assembleia Municipal e que agora voltou a ser eleito e voltará a presidir" a este órgão autárquico - o engº Luís Mourão.

Teve palavras de incentivo para os três presidentes de junta do Vale do Âncora que tinham acabado e ser reeleitos: José Cunha, Paulo Alvarenga e António Brás, mas contando também com os presidentes de junta de Vile e Vila Praia de Âncora (PSD), porque, justificou, "o nosso objectivo é melhorar a nossa terra".

Vincou que os 1505 votos de diferença relativamente à lista derrotada, "são 1505 responsabilidades" para tornar as freguesias "em melhores locais para viver e trabalhar".

Miguel Alves teve palavras de reconhecimento para "alguns homens e algumas mulheres que estão aqui hoje um pouco mais tristes", em referência aos candidatos socialistas que não saíram vencedores, dizendo-lhes que "vocês são todos vitoriosos como eu e os vereadores que me acompanham", prometendo nova vitória dentro de quatro anos.