O troço da ecovia que liga Lanhelas, desde o Bar do Rio até ao extremo norte desta freguesia, no limite com Gondarém, Vila Nova de Cerveira, numa distância de cerca de 1,5 km, foi inaugurada na manhã de ontem (Sexta-feira).
É mais um troço do trajecto que percorrerá todo o concelho, integrado num projecto que se deseja mais vasto que ligará a ecovia desde Esposende a Melgaço.
Um outro troço desta fase inclui a freguesia de Seixas, desde o cais de S. Bento até à entrada de Lanhelas, num total de 3,7 km, faltando um percurso entre estas duas freguesias, devido à intransigência do proprietário de uma quinta que impede a passagem junto ao rio Minho, no Rego da Torre.
O primeiro passeio "oficial" permitiu a mais de uma centena de pessoas percorrer esta "passadeira avermelhada", desde o Bar do Rio (perto do qual foi descerrada uma placa assinalando a abertura deste caminho pedonal), junto à sempre deslumbrante panorâmica do rio Minho, pormenor não esquecido pelos projectistas, ao criarem um ponto de observação construído em madeira a meio do percurso.
Junta viu cumprida promessa
Josefina Covinha, presidente da Junta de Freguesia de Lanhelas, ao usar da palavra nesta cerimónia inaugural, não deixou passar em claro que em 2013, em plena campanha eleitoral, tinha pedido ao então candidato Miguel Alves que "fizesse algo por Lanhelas" caso viesse a vencer as eleições, porque esta freguesia "estava esquecida", lamentou então, incluindo por isso no rol de projectos, o da ecovia.
Miguel Alves prometeu-lha, embora sem concretizar datas, conseguindo agora cumprir essa promessa.
Josefina Covinha destacou a colaboração do empreiteiro, acedendo a todos os pormenores que contribuíssem para melhorar este projecto, incluindo a regularização dos acessos às leiras, cujos proprietários anuiram a ceder parte dos terrenos junto à estrada, agora empedrada e com uma zona de estacionamento.
Concluído este troço da eco/ciclovia, restou-lhe à autarca desejar aos lanhelenses e a todos os queiram usufruir dela, que "desfrutem e dêem â perna!".
Cerveira lamentou "falta de coordenação" de Caminha em 2011
Fernando Nogueira, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, convidado para esta cerimónia, manifestou o seu contentamento com esta inauguração "tão desejada pelos lanhelenses", apenas lamentando que "em 2011 não tivesse havido o compromisso da parte da Câmara de Caminha para trazer a ecovia até ao limite do seu concelho".
"Agora faltam 700 metros", pormenorizou o autarca, ao referir-se ao caminho que falta percorrer entre o extremo norte de Lanhelas até à Mota/Gondarém, a parte sul de Cerveira, comprometendo-se para que "em breve espaço de tempo" se estabeleça a ligação a Lanhelas, cujo projecto se encontra em elaboração, de modo a permitir uma via contínua ao longo da margem do rio Minho.
Após salientar que "é um prazer caminhar junto ao rio", Fernando Nogueira exprimiu palavras de amizade em relação ao concelho de Caminha e, quanto a "Lanhelas muito mais, por muitas e variadas razões", dada a proximidade geográfica e afinidades de vária ordem - excepto a (saudável) rivalidade futebolística, pormenorizou com algum humor.
"Lanhelas no centro das nossas preocupações"
A presença do congénere cerveirense não passou despercebida a Miguel Alves, autarca caminhense, e, pegando nas suas palavras, corroborou a sua ideia em referência à incapacidade do Executivo caminhense anterior "em compreender o projecto com que Cerveira pretendia avançar", estando agora convicto de que o município vizinho irá envidar todos os esforços para estabelecer a última ligação entre ambos.
Miguel Alves teceu ainda encómios "à grande presidente de Junta que Lanhelas possui" e que "conseguiu criar uma dinâmica que aprecio muito", enaltecendo o seu papel na construção da ecovia, a par do acompanhamento a par e passo desta obra, daquele que definiu como "o provedor de Lanhelas", o actual vereador lanhelense Rui Fernandes.
O autarca não deixou em claro a alusão de Josefina Covinha ao ostracismo a que a sua freguesia fora votada nos anteriores mandatos, para destacar que, actualmente, "já não há afastamento entre Junta e Câmara".
Miguel Alves voltou a chamar a atenção para a "situação muito difícil" da câmara municipal "em termos financeiros", existindo um "desequilíbrio" gerado pela gestão autárquica anterior.