A natureza não tem paz no portinho de Vila Praia de Âncora.
Os responsáveis por esta obra parecem andar a brincar com os pescadores.
Esta é uma das mais estranhas obras litorais, que os responsáveis garantiram que de acordo com o estudo de impacto ambiental apresentado, tudo estaria salvaguardado, quer os ecossistemas como a segurança dos pescadores. No entanto passados dez anos, a situação de insegurança para os pescadores mantém-se. Conclui-se que a localização não foi a mais aconselhável, conforme era referido por alguns técnicos e associações que se preocuparam em alertar as entidades nesse sentido.
Mas para cúmulo de tudo isto no dia 26 de Agosto deste ano decidiram inaugurar a 2º FASE, da obra do portinho.
Afinal o que é que esta gente inaugurou? Uma obra em que "os pescadores tem dificuldade em entrar no portinho?"
Desconhecem-se quais os fundamentos desta inauguração, no entanto sabemos que se gastou muito dinheiro e o problema de insegurança dos pescadores de Vila Praia de Âncora mantém-se.
Ninguém consegue compreender os responsáveis desta obras!... Melhor dizendo, os pescadores já os "toparam", o que deu origem, nessa inauguração a "apupos" nas intervenções que alguns políticos fizeram. Parece ninguém ter vergonha de dar a cara numa inauguração que só devia acontecer depois de eliminarem o assoreamento da entrada deste portinho.
Quem são de facto os responsáveis por estas obras?
Com tantas simulações, os responsáveis da obra não conseguiram prever o que se iria passar, ou não quiseram ouvir diversos técnicos que alertaram as entidades para o que iria suceder?
Qual a solução do problema?
Continuar a fazer dragagens para que as empresas de obras marítimas continuem a ter trabalho?
Agora os pescadores começam a não acreditar nas promessas virtuais das "tribos politicas", que garantem que vai ser encontrada uma solução, talvez "milagrosa", para solucionar o assoreamento do portinho.
Os esforços dos políticos melhoraram de facto as acessibilidades na zona piscatória de Vila Praia de Âncora, mas esqueceram-se de dizer que era a frente marítima, com "ecopistas, ciclovias, tudo o que se refere à boa vida. Mas os pescadores só pretendiam, aceder a um portinho de uma forma segura, mas para trabalhar, pois não tem dinheiro para a boa vida.
A historia repete-se e os responsáveis destas obras além de não solucionarem o problema da acessibilidade dos pescadores ao portinho, parecem querer esconder uma historia de dificuldades dos homens do mar, ao demolirem a antiga "lota do peixe", onde podiam ter criado um núcleo museológico ou um centro de interpretação, desta "grande família dos pescadores" que em Vila Praia de Âncora até está em vias de extinção, pois não lhes garantem um acesso seguro de entrada dos barcos.
Quanto ao portinho, o continuo assoreamento, torna o empreendimento economicamente inviável, além de manter as condições de acessibilidade perigosa para os pescadores.
Uma obra como esta implica um planeamento criterioso. Os técnicos portugueses têm de admitir que a natureza não se vende, nem aceita tráfico de influências, aqui tem de se ser muito bom técnico para solucionar o problema e os responsáveis deste país tem de ser objectivos e deixar de brincar com o dinheiro dos contribuintes, tomando decisões cujas metas sejam de facto a segurança dos pescadores, e que responsabilizem os "actores que se tem passeado neste palco, litoral".