Expoâncora até final do mês no Centro Social e Cultural

O Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora dando cumprimento ao plano de atividades vai levar a cabo no Centro Cultural de Vila Praia de Âncora, de 11 de Agosto a 30 de Setembro, a Expoâncora 2012, envolvendo três áreas a seguir indicadas:

ARQUEOLOGIA - CENTRO DE INTERPRETAÇÃO
EXPOSIÇÃO PINTURA - PAULO BARRETO
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA - EVOCAÇÃO DOS CORTEJOS

A EXPOÂNCORA 2012 com as diferentes abordagens e matizes que vão desde dar visibilidade às atividades económicas como a pesca, a agricultura, o artesanato, os artefactos religiosos, tem procurado mostrar outras vertentes como a arqueologia, a pintura ou a fotografia.

A EXPOÂNCORA 2012 vai propiciar a abertura das portas do Centro de Interpretação Arqueológico do Vale do Âncora, e dar testemunho do trabalho de um dos mais ilustres ancorenses que, ao longo de 30 anos, expõe trabalhos de pintura e dar uma visão retrospetiva dos Cortejos de Oferendas que se realizaram em Vila Praia de Âncora ao longo de várias décadas.

Durante o mês de Agosto e Setembro os nossos conterrâneos e os imensos veraneantes que nos visitam nesta época do ano vão poder deleitar-se com uma multiplicidade de propostas culturais.

O Centro Cultural de Vila Praia de Âncora via abrir as suas portas durante cerca de dois meses com essa finalidade.

A Direção do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora convida toda a população a participar na cerimónia de abertura que terá lugar no dia 11 de Agosto, pelas 21,30 horas, e a visitar as exposições nos restantes dias das 21:30 às 23:30 horas.

EXPOSIÇÃO DE ARQUEOLOGIA
CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO VALE DO ÂNCORA

O Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora continua a dar particular atenção ao projecto encetado há dois anos com o objectivo de criar o Museu/Centro de Interpretação do Vale do Âncora.

Destacamos a importante evolução resultante da celebração do Protocolo de Colaboração com o NAAIA nos termos do qual foram postos à disposição um número significativo de materiais de interesse museológico e estabelecidas as várias formas de cooperação.

A exemplo dos anos anteriores o Centro de Interpretação do Vale do Âncora vai abrir as portas. A exposição que vai estar patente reflete o empenho e trabalho desenvolvido pelo Professor Doutor António Baptista que coordenada cientificamente a Exposição, pela Doutoranda Aurora Rego e pelo Dr. Diogo Amaro que têm emprestado o seu muito saber a este projecto.

Depois de todo o trabalho desenvolvido esperamos que a Exposição de Arqueologia cumpra plenamente o objetivo a que se propôs dando maior visibilidade, designadamente, aos picos ancorenses e asturienses, à Cividade de Âncora/Afife, ao Dólmen da Barrosa, dentre outros locais de interesse histórico e arqueológico e permita prestar homenagem aos vários arqueólogos e investigadores de renome que contribuíram para que a nossa região estivesse no mapa das mais importantes regiões de interesse arqueológico.

EXPOSIÇÃO DE PINTURA

PAULO BARRETO
A BUSCA INCESSANTE DA MENSAGEM CULTURAL

O nosso conterrâneo Paulo Barreto é muito conhecido em Vila Praia de Âncora mas não a plenitude da sua obra.

Ao longo de trinta anos produziu muitas obras de grande valia artística, expôs em muitos sítios, algumas também em Vila Praia de Âncora. Trata-se de um homem que se afirma como autodidata com grandes preocupações sociais e culturais

Os seus trabalhos refletem a sua visão do mundo e da vida que o faz ter uma grande preocupação: ser ator social e cultural.

Enquanto ator no campo social e cultural faz a sua interpretação da realidade. Fá-lo de forma extraordinária. Percebe-se onde quer chegar. O papel de emissor mundividente funciona na perfeição. Os recetores apreendem a sua mensagem com relativa facilidade.

Exposição de fotografia

OS CORTEJOS DE OFERENDAS REALIZADOS EM VILA PRAIA DE ÂNCORA

Os cortejos de oferendas consistiam na recolha de verbas e géneros de diversas origens cujo resultado revertia para apoio de obras ou da igreja ou em obras de beneficência, em especial as Misericórdias, e de outras associações que prestavam serviços às comunidades.

Em Portugal o primeiro cortejo de oferendas teria tido lugar em Paços de Ferreira, no ano de 1928 e quem teve essa ideia foi D. Sílvia Cardoso Ferreira da Silva.

Este meio de angariar verbas para um determinado fim, tinha sempre subjacente iniciativas que diretamente ou indiretamente beneficiavam a comunidade e muito especialmente aqueles que mais necessitavam.

Vila Praia de Âncora não fugiu à regra e entrou no rol das freguesias que organizaram cortejos de oferendas no ano de 1946, no ano seguinte ao término da 2ª Grande Guerra Mundial e que a esta se tinha antecedido a Guerra Civil de Espanha. Era uma época de privações.

O espólio que chegou até nós ou que é do nosso conhecimento desse ano e dos que se seguiram resume-se a umas poucas fotografias, de alguns documentos dispersos e da memória de alguns habitantes que com a sua memória prodigiosa ainda se lembram desses tempos no que havia de mau e de menos mau e onde havia um relacionamento entre as pessoas dum rol de princípios que agora quase são desconhecidos ou com sentidos deturpados como podem ser: a palavra, a honradez, a solidariedade, a honestidade, a amizade franca, etc.

Já imaginaram o que os habitantes duma aldeia ou duma freguesia tinha de fazer para amealhar alguns trocos para oferecem para o cortejo que se iria realizar? Já imaginaram o que outros teriam de fazer para guardarem algum pedaço da carne da sua salgadeira? Já imaginaram o trabalho grátis que muitos teriam de dar para ajudar uma obra para a sua comunidade, privando muitas vezes os seus do mínimo para comerem?

Este ano de 1946 e muitos dos que se seguiram foram de grandes privações para a grande maioria da população desta freguesia. Foi um período de um lustro de cortejos de oferendas em prol dos bens paroquiais.

O último teve lugar no ano de 1995.

Os cortejos de oferendas realizados em Vila Praia de Âncora a partir desse ano de 1946 caraterizaram-se por serem um desfile de carros alegóricos, ranchos de zonas da Vila vestidos com trajes regionais minhotos e do litoral nortenho e outros carros com bens que iam desde o sargaço à madeira, que atravessavam as ruas da freguesia em direção à baixa onde leiloavam os diversos tipos de oferendas que tinham sido oferecidos e que para isso tinha sido mobilizada a sociedade local em torno das instituições religiosas, de assistência e bombeiros.