Até final de Abril a Junta de Freguesia anda não tinha recebido qualquer verba camarária respeitante a 2012, explicou António Pinto, presidente do executivo local, quando foram debatidas as contas de gerência do ano anterior, com os delegados da Assembleia de Freguesia (AF).
Por tal motivo, as correspondentes senhas de presença dos delegados ainda não tinham sido pagas, levando Célia Escusa (PS) a sugerir que elas fossem entregues aos Samaritanos, desde que houvesse consenso entre todos.
A proposta não foi aceite porque, Arminda Pontes, presidente da AF, verificou que, às vezes, os dinheiros são mal aplicados, além de não prescindir dos "meus direitos". Deu como exemplo a verba (35.000 contos) reservada à construção do Centro de Dia, mas que o presidente da Junta de então (2001) entregou ao empreiteiro que realizara a obra na sede da Junta, acabando por nunca ser devolvido por parte da câmara, entidade a quem competia liquidar a respectiva factura.
Na análise às contas do último ano, a oposição socialista criticou a ausência de receitas de capital, levando Célia Escusa a afirmar que a "Câmara de Caminha está a esquecer-se de Venade", situação idêntica à de 2010, valendo à junta as transferências do Fundo de Financiamento das Freguesias. Mas assinalaram que 82% das despesas (85.000€) são aplicadas no pessoal.
Célia Escusa acrescentou que "câmara e junta estão sem sinergia", perante os 2.800€ aplicados em "tapar buracos".
Uma revisão ao Orçamento da Junta para o corrente ano vai permitir pagar as facturas das obras no cemitério através de uma transferência camarária, segundo justificou António Pinto ao apresentar essa proposta.
Aliás, a questão do cemitério prendeu as atenções dos eleitos locais, sendo sugeridas algumas alterações na colocação dos contentores, a par de uma análise às receitas auferidas pela junta após a sua actualização.
Sinais de degradação são visíveis na capela mortuária e António Pinto acolheu o reparo apresentado por Célia Escusa, prometendo levar a cabo alguns "arranjos exteriores".
A utilização da carrinha da junta e a sua utilização no transporte de participantes num programa televisivo em Lisboa foi objecto de discussão nesta reunião. António Pinto justificou a utilização da viatura face à indisponibilidade camarária em conseguir o transporte solicitado.
Na óptica dos socialistas, a carrinha deverá ser prioritariamente dispensada aos mais necessitados e colectividades, respondendo o presidente da Junta que é isso que fazem, embora não impeçam outros moradores de a utilizarem nas suas carreiras regulares para Caminha ou de regresso.
A aquisição de uma quota do moinho de Curtinhas mereceu um pedido de explicação por parte de Abel Poço (PS), mas a junta ignora como é que ela veio parar às suas mãos.
Divulgando algumas das intervenções realizadas ultimamente, António Pinto apontou o arranjo do piso no caminho do "Zeca", enquanto que aguarda que a câmara envie operários para pintar a porta da sede da Junta e proceda à reparação de alguns buracos da estradas.
A utilização de herbicidas na eliminação de ervas nas bermas dos caminhos, mereceu alguma discussão entre os presentes, pelas consequências que possam trazer, tanto para as crianças, como para a própria fauna. António Pinto assegurou que não os usa.
A revisão do Plano Director Municipal começa a mexer nas freguesias. António Pinto deu conta de uma primeira reunião marcada para princípios de Maio, adiantando que a manutenção de zonas agrícolas no centro da freguesia não se justifica, asseverando que os técnicos têm que ouvir as pessoas nos locais. Mas há quem duvide da eficácia destes encontros, como é o caso do seu colega de executivo Manuel Luís Silva, ao comentar que "cheira-me que o PDM já está definido há muito".