Jornal Digital Regional
Nº 567: 24/30 Dez 11
(Semanal - Sábados)






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Caminha

Festejar 100 Anos no dia da Ceia de Natal

O aniversário de Domingos Santos, antigo gerente do Grémio da Lavoura e agente da Gazcidla e Sacor nesta vila durante cerca de 40 anos, constitui habitualmente um motivo de redobrada alegria para o próprio e seus familiares, pela efeméride em si própria e pelo facto de coincidir com a véspera de Natal.

Este ano (hoje, dia 24) completa 100 anos de vida.

"Comer e beber de tudo" é o segredo da longevidade desta figura centenária nascida às nove horas da manhã do dia 24 de Dezembro de 1911 no lugar do Cais, em Valença ( o segundo de quatro irmãos e ainda teve uma irmã), mas que em 1937 veio trabalhar para a Tesouraria das Finanças de Caminha, tendo como chefe Achilles d'Almeida, avô do maestro António Victorino d'Almeida.

"O Achilles d'Almeida só queria saber de músicas e revistas de teatro", recordou Domingos Santos, acabando ele mesmo por vir a integrar os elencos das revistas ensaiadas pelo seu superior e que foram representadas nos anos 30/40 no Cine-teatro Valadares.

Destes contactos entre actores e actrizes amadores resultariam namoricos e, mais tarde, na maioria dos casos, sucederam-se casamentos, como se verificou com este valenciano que viria a desposar Isabel Felgueiras da Silva, já falecida, com 98 anos de idade.

Em 1941 viria a ser nomeado gerente do Grémio da Lavoura, "onde estive durante 40 anos" , referiu-nos Domingos Santos, na sua jovialidade habitual, como se estivesse prestes a completar apenas meio século de vida e não o centenário que hoje se cumpre.

Enquanto que desembrulhava uma prenda de anos enviada por amigos, desfiava a sua vida, recordando seu pai, comerciante em Valença e onde chegou a possuir uma alfaiataria onde trabalhavam 10 operários.

Referiu-se ao período que trabalhou no Notário de Valença, até que foi para a tropa, e as vicissitudes por que passou por ser opositor ao regime saído do 28 de Maio (seu pai tinha estado deportado durante três anos em Angra do Heroísmo, nos Açores): "Estive preso durante oito meses, na PIDE, Aljube Casa da Reclusão do Porto, acabando por passar seis meses no Forte de Elvas".

Deste seu passado enquanto jovem, assinalou a sua passagem por Tuy aos 21 anos, onde viveu com sua família fugida ao golpe militar de 1926, tendo oportunidade de conviver com Bernardino Machado, Aquilino Ribeiro, Cunha Leal, Afonso Costa e Pezarat Correia (pai), todos amigos de seu pai.

Em Caminha, é o sócio número um dos Bombeiros Voluntários de cuja direcção fez parte por três vezes, sendo igualmente dos primeiros associados do Sporting Club Caminhense, onde desempenhou igualmente funções directivas, cargo assumido também na desaparecida Assembleia Caminhense.

Outra das suas facetas de âmbito recreativo, foi a realização das festas concelhias e em honra de Stª Rita de Cássia, em 1967, durante as quais "choveu consecutivamente durante os quatros dias", para as quais tinha sido contratada a Banda de Música da Força Aérea.

Um episódio que não esquece da sua longa vida, três quartos da qual passados em Caminha, foi o incêndio no Colégio de Santo António, em 1957, quando auxiliou com um cunhado (Damião Silva) a retirar o recheio da farmácia aí existente.

Esta manhã, reuniu-se com os seus amigos habituais à mesa da "Cabana", numa pequena confraternização.





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