Os quatro delegados do PPD/PSD não marcaram presença na Assembleia de Freguesia do passado mês de Junho, sem que tivessem justificado as razões nem apresentado substitutos.
Tentámos saber junto de Vasco Gomes, cabeça de lista deste partido nas últimas eleições autárquicas, os motivos da ausência, remetendo para "um dia" as explicações inerentes.
Ausências criticadas
A falta de comparência dos eleitos por este partido levou António Brás, presidente da Junta de Freguesia a considerar de "triste" esse dia, lamentando a sua irresponsabilidade, cuja ausência "não ajuda a desenvolver a freguesia", acentuou.
Considerou ainda esse dia duplamente "triste" pelo facto de terem tentado atear fogo na floresta por duas vezes (no dia seguinte registaram-se mais incêndios).
Como resultado desta situação, foi adiada a votação de uma série de propostas previstas para esta sessão, por entender a maioria socialista que a oposição social-democrata deveria pronunciar-se sobre elas.
Uma prendia-se com a abdicação dos valores das senhas de presença dos eleitos a favor da freguesia, de modo a concretizarem algumas obras, perante os escassos recursos financeiros de que o executivo dispõe.
Outra proposta referia-se ao aluguer de 16 hectares de baldios a uma empresa que se propunha reflorestá-los com eucaliptos, folhosas e ripícolas e, dessa forma, explorar a madeira, tendo como contrapartida, limpar a mata e aceiros e construir um parque de merendas, pagando ainda uma renda anual de 2.240 euros.
António Brás considerou "anti-democrático" o afastamento do PSD da discussão e votação desta proposta que, para além do mais, teria como finalidade evitar os incêndios florestais atendendo à limpeza que iria ser feita, nomeadamente numa época crítica como a que já se atravessa.
"Como entendemos que não somos donos da freguesia", justificou António Brás, a decisão foi adiada.
Igualmente a votação da acta da reunião anterior regressará à apreciação dos delegados na próxima sessão.
Tal como uma quarta proposta em que fora pedida a participação da população na atribuição da toponímia.
Segundo referiu o presidente da Junta, apenas surgiram três sugestões de nomes, criticando ainda a existência de "caminhos de cabras" classificados como ruas, o que poderão inviabilizar candidaturas a que as freguesias têm direito.
Limpeza de presas e regos
A Junta de Freguesia aproveitou esta sessão para apresentar a primeira edição de um boletim informativo ("Âncora em Notícias"), em que a colaboração da população em geral e de alguns moradores em situações concretas foram relevadas.
O presidente da Junta referiu-se a algum do seu conteúdo, nomeadamente, o empenho dos ancorenses na limpeza das presas do Carvalhido, Mexida e Moreira, bem como a acção da Comissão "Pela Capela Mortuária", em que uma das suas acções se prendeu com a realização de um peditório em toda a freguesia, destinado a concluir as obras.
Aliás, a localização da capela mortuária decidida pelo anterior executivo, foi contestada por um assistente à reunião, que chegou a perguntar à actual junta se seria possível optar por outro ponto.
Esta mudança é agora complicada, admitiu o executivo, embora reconhecesse que a maioria da população tivesse desaprovado o sítio.
No que toca a este tema, António Brás evidenciou satisfação pela adesão dos ancorenses à Festa dos Santos Populares realizada dois dias antes, cujo objectivo tinha sido angariar fundos para a conclusão da obra da capela.
Este autarca aproveitou ainda para pedir desculpas aos moradores pelos incómodos causados pelas obras de alargamento da R. da Trindade.
Dois casos conflituosos
Uma parcela de terreno, no limite de Âncora com Afife, junto ao entroncamento da EN13, foi vedado por um particular que o reclama como seu, embora a junta tenha a ideia de que essa parcela pertencera à antiga N13, antes da abertura da nova via.
O Instituto de Estradas foi chamado a pronunciar-se, fez deslocar um fiscal ao local, tendo sido exibido um documento da posse dessa parcela.
A reclamação de pagamento de 80.000€ por parte de um empreiteiro relativos a trabalhos feitos no anterior mandato, continua a ser acompanhada pelo jurista da autarquia, mas "estamos pessimistas em relação a este assunto", vaticinou António Brás, perante a perspectiva de ter de assumir pagamentos realizados num período prévio à sua tomada de posse.