Jornal Digital Regional
Nº 543: 11/17 Jun 11
(Semanal - Sábados)






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Lanhelas

Recriação ficcionada do Dia de Lanhelas

A 23 de Abril de 1644, uma expedição militar castelhana comandada pelo capitão "Toro", tentou invadir Portugal através do rio Minho, cruzando-o em frente a Lanhelas, na zona da Casa da Torre.

Foram repelidos pelos naturais desta freguesia (ver crónica de Paulo Torres Bento "A lenda negra do quadro de Lanhelas"), cujo acto foi imortalizado através de uma tela existente na Igreja Paroquial, sendo essa data assumida posteriormente como o Dia de Lanhelas.

Pelo facto de o 23 de Abril deste ano ter coincidido com a Sexta-feira Santa, a Junta de Freguesia decidiu adiar as comemorações cuja organização, regularmente, vem chamando a si, tendo lugar no passado dia 4, reunindo numa só jornada esta efeméride, o Dia Mundial da Criança e o do Ambiente assinalado no dia (5) seguinte.

"Brincar com o episódio"

A Banda de Musica Lanhelense, a Comissão de Festas do Senhor da Saúde e Santa Rita de Cássia e Escolas da freguesia contribuíram para a programação concretizada durante a tarde/noite desse dia, cujo acto mais destacado decorreu na beirada do rio.

Uma representação "ficcionada" desse episódio das Guerras da Restauração - como a definiu Fernando Borlido, que juntamente com Tiago Fernandes a encenaram - a cargo do grupo teatral, decorreu junto ao rio Minho, a escassos metros do local do protagonismo do século XVII.

Enquanto que um grupo de lanhelenses realizava um pic-nic, os castelhanos chegavam de barco com o capitão Toro à frente e uma "sevilhana" à procura do seu "Manolo" (português), sendo repelidos pela população, enquanto que a Banda Musical Lanhelense dava música ao acto, com destaque para a interpretação da "Rianxeira", e um "guarda-fiscal" tentava conciliar as duas partes em confronto.

A sevilhana tanto porfiou que lá acabou que a admitissem na comunidade, sendo a única que conseguiu "(con)vencer" os lanhelenses…pelo coração. Porque pela força, ninguém os levou de vencida.

Pelo meio, os actores iam declamando poesias adequadas ao momento e a banda dava ambiente e calor ao acto cénico.

Fernando Borlido admitiu que apenas pretenderam "brincar com o episódio" de 1644, cuja animação permitia igualmente "desmistificar" certa interpretação do quadro existente na igreja, ao insinuar-se que os habitantes de Vilar de Mouros e Seixas não teriam colaborado na expulsão dos espanhóis.

Aliás, as performances que decorreram à noite nos Jardins de S. Gregório, reforçaram a ideia de que todas as freguesias (nomeadamente Vilar de Mouros) terão contribuído para que os invasores tenham fracassado nos seus intentos.

A forma como os lanhelenses têm vindo a envolver-se nas representações teatrais foi enaltecida pelo encenador Tiago Fernandes, concorrendo para que todas elas "sejam sempre bem sucedidas", acentuou.

O tríptico Rio - Solhas - Cruzeiro da Independência esteve na base destes actos que se estenderam desde a margem do rio Minho, passando por S. Gregório (Festa das Solhas) onde decorreu o jantar, até à conclusão com o fogo de artifício no Cruzeiro da Independência, monumento que representa precisamente esse período conflituoso da história dos dois países. Todos eles acompanhados pela Banda Musical Lanhelense e tocadores ao desafio.

Rui Fernandes, presidente da Junta de Freguesia, realçou precisamente a intenção de animar estes três pontos da aldeia e fazer participar as colectividades da terra.

Tudo sem apoios, que não fossem apenas os da própria comunidade sempre disponível para colaborar nas iniciativas culturais e participar nos eventos, porque "nem adianta pedir" à Câmara, precisou.

E porque o "perdão é a mais nobre vizinhança", os dois povos tudo esqueceram e esses tempos conflituosos apenas fazem parte da história.

Junta de Freguesia de Lanhelas

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