![]() Jornal Digital Regional Nº 531: 19/25 Mar 11
(Semanal - Sábados) |
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Vila Praia de Âncora
O julgamento do caso dos quatro fogos em Abril de 2010 num apartamento e garagem da Rua Fernandes Fão chegou ao fim. O arguido vinha acusado de ser o autor dos dois primeiros, depois de ver arquivados os incêndios seguintes, dado que na altura se encontrava detido. O Ministério Público pediu que o arguido continuasse internado na ala psiquiátrica da prisão de Santa Cruz do Bispo e submetido a tratamento, durante cerca de três anos, de acordo com a moldura penal que enquadraria a condenação a que poderá sujeitar-se. Por outro lado, a defesa do arguido, na sua alegação final, referiu que "é sempre mais fácil culpabilizar o elo mais fraco". A advogada ancorense realçou que "qualquer pessoa" se poderia ter introduzido na garagem e na casa do arguido e ter ateado os fogos, dado que as portas se encontravam permanentemente abertas, levando-a a concluir que não se provara ter sido esta figura popular ancorense e com doença do foro mental diagnosticada, o autor dos crimes pelos quais vinha acusado. Desvalorizou ainda as declarações do construtor do apartamento onde o "Lininho" vivia com sua mãe e enfatizou a inexistência de qualquer "atrito" com ela. As testemunhas de defesa do arguido confirmaram o seu carácter pacífico, cumpridor e colaborador, o qual apenas ficara "triste" com a ausência de sua mãe quando foi levada por um outro filho para Viana do Castelo a fim de passar uma temporada antes da deflagração dos incêndios, situação que já se verificara anteriormente. O irmão do arguído e a dona de um café, realçaram perante os três juizes que ele e sua mãe chegaram a viver numa casa velha antes de a terem trocado pelo apartamento, em que utilizavam velas para práticas religiosas, e nunca se registara qualquer foco de incêndio. O interesse de alguém em que o "Lininho" saísse ou vendesse o novo apartamento devido à quantidade de coisas "inúteis" que ali guardava, o que poderia desagradar a algumas pessoas, chegou a ser apontado como uma das explicações para a série de quatro fogos quase consecutivos há uma ano atrás. O Tribunal decidirá.
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