Jornal Digital Regional
Nº 531: 19/25 Mar 11
(Semanal - Sábados)






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POESIA

Feridas sociais

Passo curto e arrastado,
La vai alguém balaiçando,
Quem sera o homem aleijado,
Vizinho, irmão, suspirando.

Compenetrado, vivaz e silencioso,
Atento aos escôlhos da caminhada,
Pensando na esmola, algo duvidoso,
Na miséria essa companheira desalmada.

Dia apos dia, assim passa o tempo,
A porta daquela igreja piedosa,
Aonde se reunem crentes a contento,
Mas poucos lhe estendem moeda amorosa.

São todos crentes, mas necessitados,
Vitimas de uma indémica situação,
Falta-lhes pão, na mesa sem atoalhados,
São concidadãos abandonados na lusa nação.

Não ha assistência nem auxilio a ofertar,
Portanto, nada de mais belo e generoso,
Para quem sorri e se dispõe para ajudar,
Curando feridas sociais do homem desgostoso.

Quanta tristeza nos oprime e invade,
Autêntica luta corroendo o coração,
Em litigio intimo e desalmado entrave,
Frente ao aleijado que nos estende a mão.

Antonio R. Vasconcelos