Passo curto e arrastado,
La vai alguém balaiçando,
Quem sera o homem aleijado,
Vizinho, irmão, suspirando.
Compenetrado, vivaz e silencioso,
Atento aos escôlhos da caminhada,
Pensando na esmola, algo duvidoso,
Na miséria essa companheira desalmada.
Dia apos dia, assim passa o tempo,
A porta daquela igreja piedosa,
Aonde se reunem crentes a contento,
Mas poucos lhe estendem moeda amorosa.
São todos crentes, mas necessitados,
Vitimas de uma indémica situação,
Falta-lhes pão, na mesa sem atoalhados,
São concidadãos abandonados na lusa nação.
Não ha assistência nem auxilio a ofertar,
Portanto, nada de mais belo e generoso,
Para quem sorri e se dispõe para ajudar,
Curando feridas sociais do homem desgostoso.
Quanta tristeza nos oprime e invade,
Autêntica luta corroendo o coração,
Em litigio intimo e desalmado entrave,
Frente ao aleijado que nos estende a mão.