TRIBUNA
Espaço reservado à opinião do leitor
DEFINITIVAMENTE ESTOU A ENTRAR NAS NOVAS MODAS DE PEDIR PERDÃO…
Em criança passava a vida nisso. Pelo menos todos os meses tinha que ir confessar as pequenas mentiras que dizia à mãe, à professora, à catequista, as pedradas com que me defendia dos que me chamavam "caixa de óculos".
A mando do confessor, lá ia ajoelhar ao altar da Senhora do Carmo, pedir perdão e rezar um Pai Nosso e três Ave- Marias.
Ao fim de alguns anos, fartei-me e saí das confissões.
Nestes últimos tempos, vejo alguns "graúdos" a pedir tanto perdão ao Povo, que me sinto compelida a repensar a minha postura na sociedade, fazer a contrição adequada e bater no peito.
Há muitos, muitos anos, ouvi falar num método infalível de acabar com os velhos: a tão terrível injecçãozinha atrás da orelha! Nunca acreditei nesse papão, por ridículo, desumano e tudo o que o tornaria execrável… Hoje, dou por mim a pensar nele… e, às vezes, apetece-me dizer: Dêem-me lá a injecção e acabem connosco de uma vez! É que isto de ser velho custa mesmo.
E já não falo nas dores físicas, porque se tivermos dinheiro aliviamo-las com genéricos próprios.
Falo das dores humilhantes, de olhar os anúncios de emprego que não admitem funcionários com mais de 25 anos. Há algumas empresas que ainda admitem o limite dos 35 anos…
Falo das dores humilhantes, de quem presente a sua reforma ameaçada, dos velhos que recebem uma esmola que não dá para comer quanto mais para a farmácia.
Falo das dores humilhantes, dos que se sentem um fardo impossível de carregar, por aqueles a quem carregaram toda a vida.
Falo das dores humilhantes, dos que vêem o seu estatuto discutido no Parlamento, como se de animais em vias de extinção se tratassem; com a diferença de os animais serem considerados uma mais valia para a preservação da espécie…
Realmente, "ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS".
Pela minha parte peço perdão e já agora façam-me um favor: apliquem-me a injecção na orelha direita, não vá o diabo tecê-las e eu precisar de esquerda lá do outro lado…
|
QUEM ACODE À PRAIA DE AFIFE ?
De férias em Vila Praia de Âncora, visito a Praia de Afife, com frequência, dado eu passei nesta linda freguesia minhota, os melhores anos da minha juventude. E sempre me habituei a ver, nesta praia, ou melhor, neste conjunto de praias, lugares turísticos de eleição, pois, além de serem sempre galardoadas com Bandeira Azul, a praia principal, dispunha de dois bons restaurantes que asseguravam aos banhistas, boas refeições e bons momentos de lazer.
Contudo, hoje, em pleno mês de Junho, as praias estão cheias de turistas, mas os dois restaurantes estão fechados. E, desconhecendo eu, a razão deste encerramento, só posso dizer, melhor perguntar, às entidades responsáveis pelo Turismo, a Câmara Municipal de Viana do Castelo e nova Região de Turismo, Porto e Norte de Portugal o porquê desta decisão e se acham que é benéfico para o Turismo Minhoto, ter estes restaurantes encerrados.
Ainda hoje ouvi o Sr. Presidente da República pedir aos portugueses, para que passem as suas férias, aqueles que podem ter férias…, dentro do seu País. Ora, neste caso concreto, como podem os portugueses que escolhem Afife, como destino turístico, passar aqui as suas férias, quando os restaurantes que servem as suas praias, estão encerrados?
Sei de fonte fidedigna que um dos filhos do Sr. Carvalho, proprietário dum desses restaurantes, já pediu a reabertura do mesmo, tendo já prestado às entidades responsáveis, todos os esclarecimentos necessários. No entanto, essas mesmas entidades continuam de "orelhas moucas" e o referido restaurante continua encerrado. Afinal, em ficamos? Um Presidente a pedir para que se façam férias, "cá dentro" e as entidades oficiais do Turismo a dificultarem esse mesmo turismo interno, no caso da Praia de Afife! Bem prega Frei Aníbal…
E, não deixo de dar razão à Srª. D. Lurdes Laranjo, proprietária do Apoio de Praia, em Afife, quando afirma que assim, os banhistas, passam apenas as manhãs na praia e depois regressam às suas terras, pois não podem almoçar, dado que dois restaurantes estão fechados. Creio que não é assim que se fomenta o turismo interno. Por isso pergunto, alto e bom som: QUEM ACODE À PRAIA DE AFIFE?.
|
 |
|
|