Governo mantém-se disposto a avançar com portagens
a partir de 1 de Julho

O Governo, insensível aos protestos da sociedade civil e autarquias e fazendo tábua rasa dos pressupostos que ele próprio estabeleceu para isentar de portagens os utilizadores dos IC1 abrangidos pelo sistema de SCUTs (criadas por um Governo socialista, recorde-se), prepara-se para dar mais uma machadada nos interesses do Norte do país, obrigando os utilizadores desta região e todos os que a ela se dirigirem a pagar 0,8 cêntimos por quilómetro percorrido.

A par da confusão (e legalidade duvidosa) criada à volta dos sistemas de controle das viaturas que circularem pelas três vias rápidas, continuam a pairar dúvidas sobre ao reais beneficiários destas medidas.

Bastou ver a incomodidade dos representantes do Instituto de Estradas de Portugal no programa "Sociedade Civil" emitido pela RTP1 na última semana, e dedicado à polémica das SCUTs, quando uma economista do norte questionava o porquê de o Governo a 18 de Março ter isentado de portagens duas estradas, uma na Grande Lisboa e outra no Grande Porto, substituindo-se no pagamento integral às concessionárias independentemente do aumento ou diminuição do volume de trânsito que se vier a verificar, quando já estava na forja a introdução a aprovação da portagens na A28, A29/A17 e A41/A42. Que contradição entre umas medidas e outras!

Então quando a economista do Vale do Sousa se referiu pela segunda vez à Mota-Engil…os representantes das Estradas de Portugal "foram aos arames".

Como já referimos anteriormente, só com imaginação e audácia será possível contrariar a prepotência de quem sabe não ter razão mas tenta impor a razão do poder (seja ele qual for).

Luís Almeida

No final do encontro com activistas e simpatizantes do BE em Caminha, o deputado Pedro Soares sintetizou a posição do seu partido quanto à polémica decisão de portajar as SCUTs do Norte do país.

Assinalou que em primeiro lugar haverá que saber se a medida vai ser implementada ou não, atendendo a que ainda se encontra "em debate", independentemente de não existirem alternativas a nível da A/28, por exemplo.

Recordou que nesse mesmo dia tiveram oportunidade de conversar com inúmeras pessoas na Estação da CP de Viana do Castelo e todos diziam que o Governo insiste na introdução das portagens mas não investe nos transportes públicos no Minho, como é o caso do caminho de ferro.

Assim, o BE vai opor-se a tal medida no Parlamento.