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Equipa sénior do Atlético Clube de Caminha
na corda bamba


14/11/25 19h45

A direção do Atlético Clube de Caminha (ACC) está em rutura com a Sociedade Desportiva por Quotas (SAD) que desde o princípio da época passada criou uma equipa sénior que acabaria por se sagrar campeã distrital da II Divisão, o que lhe garantiu a participação no primeiro escalão distrital no ano seguinte, como sucede presentemente.

A proposta de criação de uma equipa sénior totalmente independente em termos de gestão e de prática desportiva do Atlético Clube de Caminha, apenas utilizando o seu nome, cores do equipamento desportivo e as instalações desportivas municipais do Morber, foi aceite de bom grado pelos diretores do clube de Caminha, por ser a única forma de fazer regressar o futebol sénior e atrair sócios e público ao estádio, arredados do ACC há quase 20 anos.

Contudo, o desenvolvimento deste protocolo não está a decorrer da melhor forma, segundo acusa a direção do ACC.

Ontem à noite, nas instalações do Morber, teve lugar uma assembleia geral em que Otávio Costa, presidente da direção, acompanhado dos demais dirigentes, expôs a forma como este processo se está a desenrolar, mas que não lhes está a agradar.

Acusaram os responsáveis pela SAD (entidade privada) de não estarem a cumprir com o estabelecido inicialmente, nomeadamente, faltando ao pagamento de 650€ mensais pela exploração do bar durante 10 meses.

"Estivemos calados porque somos pessoas decentes"

Otávio Costa disse que esperavam que tudo corresse bem, daí terem sido complacentes em relação à assinatura do protocolo, mas com a passagem do tempo e face à falta de resposta da SAD, insistiram para que fosse estabelecido um protocolo entre ambas as partes, clarificando por escrito as obrigações dos dois, até porque a Câmara Municipal vinha reclamando esse documento há muito tempo, para que a utilização gratuita das instalações desportivas municipais por parte da SAD, por intermédio do ACCaminha, clube residente, continuasse a ser viabilizada.

A 15 de Junho, foi possível que ambas as partes subscrevessem o acordo, ficando estabelecido que a SAD pagaria 650€ por mês, o que ainda não foi concretizado, nem a dívida acumulada dos 10 meses anteriores. Otávio Costa referiu que os sócios gestores da SAD pretendiam efetuar os pagamentos por transferência bancária desde o Japão, o que não foi aceite, exigindo que fosse unicamente a SAD a fazê-lo.

A direção do AAC, por intermédio de Otávio Costa, acusou a SAD de os ter ignorado quando procedeu à entrega das faixas de campeões aos jogadores , no dia 25 de Maio, sem nada lhes ter dito, e esquecendo alguns jogadores juniores do AAC que tinham participado em jogos dos seniores, bem como lamentou que os jogadores seniores e técnicos tivessem sido impedidos de cumprimentar ou dirigir a palavra ao presidente e diretores do AAC.

A agravar este clima, os responsáveis pela SAD apresentaram uma queixa na Associação de Futebol de Viana do Castelo, exigindo a demissão do presidente do Atlético Clube de Caminha, o que foi negado, alegando a associação que isso era do foro interno do clube.

Os dois dirigentes da SAD presentes na assembleia, refutaram a exposição do presidente ("é só histórias", acusaram), dizendo que o conflito incidia unicamente nele, mas outros dirigentes do clube negaram que o problema residisse numa única pessoa, pois toda a direção estava solidária.

A questão dos transportes para os jogos também foi aflorada, sendo criticado o contato direto da SAD com a Câmara Municipal, quando deveria ser o clube a fazê-lo, dado que a autarquia não podia ceder gratuitamente as viaturas a uma empresa privada, o mesmo sucedendo com a utilização do "Morber", sendo também aflorada a situação do Ilustre Caminha, pertencente a uma empresa, o qual usufrui igualmente destas instalações desportivas

Otávio Cunha divulgou que contactaram com o novo Executivo, o qual se mostra disposto a rever a situação em que funcionam os funcionários camarários e a entregar as chaves do "Morber" ao ACCaminha.

Vários sócios pronunciaram-se sobre o caso, pretendendo encontrar uma ponte entre ambas as partes, para que o futebol sénior não acabe, sendo ainda dado o exemplo do sucedido no último jogo, em que o número de jogadores inscritos foi restrito.

Uma antiga funcionária usou da palavra para falar do seu despedimento por parte da SAD, e do atraso no pagamento nos ordenados dos jogadores, incluindo um filho seu, o que já levou a que o tribunal tivesse ditado sentença.

No final da reunião, não houve qualquer decisão sobre o futuro da equipa sénior do Atlético Clube de Caminha, nem dos passos a seguir.

Contactado o novo vereador do desporto, José Leal Costa, confirmou-nos ter existido ontem uma reunião com a direção do ACCaminha, a fim de preparar a celebração de um protocolo com este clube, baseando-se em "projetos-pilotos" noutros municípios, atendendo a que em Caminha isso nunca existiu, estando desde já os serviços jurídicos camarários a preparar um texto a fim de merecer a aprovação das duas partes.

O vereador frisou que cabe ao clube residente resolver eventuais problemas com a SAD, com a qual o Município não tem relação.

Confirmou que o Executivo pretende manter os dois funcionários no Morber no período laboral, e aos fins-de semana competirá ao clube residente gerir a sua utilização.

Insistiu que qualquer pedido de cedência de transportes deverá ser formulado pelo ACCaminha.


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