Duas das referências da Festas das Solhas e em honra do Senhor da Saúde e de Santa Rita de Cássia, são a Banda de Lanhelas e, como não poderia deixar se ser, os próprios peixes que dão nome ao evento realizado habitualmente entre o final de Agosto e princípios de Setembro.

Outrora abundantes no Rio Minho, as solhas quase que desaparecerem das suas águas, mas a tradição deste prato (solha frita) na Festa que lhe deu nome mantém-se, apesar das dificuldades em abastecer a cozinha do recinto dos Jardins de S. Gregório durante os dois dias da festividade.

José Ramalhosa não pôde este ano integrar os cerca de 60 componentes da Banda Filarmónica Lanhelense que proporcionaram dois concertos, por integrar o grupo de mordomos que assumiu as festividades.

Vinha sendo tradição, que os casais jovens de cada ano assumissem a organização da Festa das Solhas, mas a diminuição da população reflete-se neste pormenor.

Nove casais

Perante a impossibilidade de existência de um grupo razoável de jovens casamenteiros em 2024, José Ramalhosa assumiu a responsabilidade de convidar "colegas que fazem parte desta equipa", uma vez que consideraram que deveriam "fazer algo mais por esta festa".

Juntou uma equipa "que eu achava que reunia condições para fazer a festa sem grande stress e aqui estamos", nove casais (e filhos) numa azáfama para que nada faltasse nesses dias. Quase todos eles tinham feito parte da mordomia no ano 2000, completou.

Agradeceu a todas as pessoas que contribuíram para que o evento se concretizasse e as Festas não acabassem, o que os levou a tentar desde logo conseguir uma mordomia para 2025.

"A verdade é uma"

Abordou um assunto que a todos entristece: "as solhas do Rio Minho estão em vias de extinção. A verdade é uma!".

Explicou ao C@2000 que "nos vimos gregos para arranjar solhas, foi um trabalho árduo e complicado, e mesmo assim não conseguimos obter aquele stock desejado".

Apena arranjaram 350 quilos (quando no passado estes números duplicavam), cerca de 300 provenientes do Rio Lima (e mesmo assim com dificuldades), e do Minho apenas saíram 50 quilos.

Banda com oito elementos novos

A Banda de Música de Lanhelas é outro dos elementos preponderantes destas festividades.

O maestro César Nuñez evidenciou contentamento pelo momento actual da filarmónica, após terem entrado oito músicos novos no início do ano.

Nos dois concertos apresentados nos Jardins de S. Gregório, foram escolhidos dois reportórios: no da tarde de sábado, optaram por temas clássicos, "com paso-dobles, aberturas e tal", e à noite, o concerto foi apelidado de "remise", numa mescla de música "pop, rock, disco latina" extraída de grandes "hits" da música de todos os séculos.

Três dias de convívio em Allariz

Apesar do muito trabalho com que se depararam no período pós pandemia, "com presença em muitas festas e romarias", vincou o maestro galego, incluiu uma deslocação a Allariz, para "um encontro de bandas em três dias de convívio, o que é sempre bom para fortalecer o grupo".

A escola de música retoma actividade em finais deste mês, com professores para todos os nipes, esperando que a adesão de miúdos se intensifique a partir dos quatro anos. Revelou ainda a existência de uma "mini-banda" e insistiu na importância de que haja cada vez mais miúdos a aprender música