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Futebol sénior no Atlético Clube de Caminha
13 anos depois

Uma empresa de mineralogia nipo-brasileira, propôs aos dirigentes do Atlético Clube de Caminha colocar uma equipa sénior a competir na II Divisão do Campeonato Distrital de Viana do Castelo na época 2024/25 sob as cores do clube, sem que que para isso tal proposta representasse qualquer encargo para o clube residente do Estádio Municipal Morber. O dono da "Bragalona", proprietário de uma equipa de futebol, é o investidor deste projecto.

Desta forma, o futebol sénior regressa ao relvado sintético do Morber, 13 anos depois de ter sido suspenso, dado que a partir de então, apenas houve apostas nas camadas jovens, sendo que este ano conseguirão apresentar todos os escalões até aos juniores.

A apresentação teve lugar no passado Sábado, em jogo particular com o Esposende, clube que milita na Divisão de Honra de Braga.

Octávio Costa, presidente do Atlético Clube de Caminha, explicou-nos este projecto e o que representa para o clube, porque "no desenho do que é o Atlético Clube de Caminha, não queríamos fazer seniores que dependessem de tudo aquilo que trabalhamos até hoje".

A solução foi encontrada através de um investidor para o futebol sénior, tendo competido ao clube criar uma figura que "está agora aí a despontar - sociedades desportivas com quotas". O assunto vinha sendo amadurecido há ano e meio, precisou.

Assinalou ainda que a partir de 1 de Janeiro entrará em vigor uma lei-quadro para as finanças no âmbito do desporto que "irá pôr muita ordem no futebol".

Adiantou que o ACCaminha possui a sua quota nessa sociedade desportiva por quotas, possuindo dois delegados na respectiva mesa da sociedade, cuja gestão é assumida pelo clube caminhense, tendo o direito de aprovar ou rejeitar o que quer que seja, "uma espécie de golden share" que lhes é facultada.

A actual direcção pretendia criar uma equipa sénior na época 2025/26, aproveitando os juniores que fossem criados no seio do cube. Contudo, surgiu outro clube em Caminha (Ilustre Caminha), sobre o qual desconhecem o que pretendem, e "se é por bem, é bem vindo, mas que demonstrou até agora que não é por bem, porque não se dirige a ninguém e anda a jogar nos bastidores conforme lhe apetece", referiu.

Chamou a atenção para o facto de o ACCaminha ser o clube residente do Morber, e que sempre que "há alguém do concelho que quer utilizar as instalações" elas estarão disponíveis desde que "nós não as tivermos ocupadas".

Referiu a tramitação seguida desde Maio até chegarem a um acordo com a empresa nipo-brasileira, incluindo a questão jurídica, e "escrutinando" as pessoas que apresentaram a proposta, tendo sido constituída uma equipa um bocado a correr, "com grande parte dos jogadores que não são de cá", contando que os jogadores sub19 (juniores) do ACC inscritos nesta época possam integrar futuramente a equipa sénior.

Atlético Clube de Caminha e Atlético Clube de Caminha SAD

Dentro destes processos de constituição da equipa sénior, existem pormenores ("duas figuras") que constituem "um incómodo para nós": Uma é o Atlético Clube de Caminha e outra o Atlético Clube de Caminha SAD.

Se pretenderem incluir um júnior na equipa sénior, não pode jogar oficialmente, o que os está a obrigar a negociar com a Federação estas nuances, incluindo eventuais transferências futuras, devendo ser esclarecido se as verbas poderão ser canalizadas para o Atlético Clube de Caminha (não SAD).

O presidente do ACC insistiu que aprovam a constituição de uma equipa sénior, mas rejeitam contrair dívidas "como acontece aqui ao lado", ao "atirarem para a frente e depois deixam-se dívidas".

Além de considerarem incorrecto estarem a receber dinheiro dos pais para sustentar a formação até aos juvenis e "depois vão parar aos séniores", tal como sucede com os subsídios camarários dirigidos igualmente para as camadas mais jovens, mas que acabam por ser aproveitados para as equipas principais.

Insistiu que esta equipa sénior não irá afectar o desenvolvimento das camadas jovens, e o apuro das bilheteiras e bar serão dirigidos para o Atlético Clube de Caminha.

Questionado sobre a utilidade de a dita empresa criar estes negócios, confirmou que pretendem ganhar dinheiro com jogadores que "vão e vêm". Indicou que os jogadores escolhidos para esta equipa "feita um pouco à pressa", têm todos entre 18 e 20 anos, reservando-se-lhes "uma carreira pela frente", devendo a direcção do ACCaminha estar atenta às eventuais transferências, para que recebam as contrapartidas correspondentes. Deu o exemplo do guarda-redes agora a jogar na II Regional de Viana do Castelo, e que era o terceiro keeper do Santos (Brasil), estando consciente de que este atleta não pretende seguir a carreira no Caminha, mas, "esse, é o paradigma do futebol actual". Os Guerreiros do Minho que se encontram ligados ao Cerveira, ou o Leixões adquirido pelo Flamengo, são outros exemplos dos negócios que envolvem esta modalidade no mundo actual.

"13 anos sem uma equipa sénior e agora há duas"

Um dos sócios do Atlético Clube de Caminha que veio assistir a este jogo de apresentação, Tomás Porto, manifestou alguma estupefacção pela existência simultânea de duas equipas séniores em Caminha, a do Atlético Clube de Caminha e a de Venade (Ilustres de Caminha), ambas a jogar no Morber.

Rindo-se com esta situação, Tomás Porto não consegue vislumbrar o seu desfecho.

Alternância aos fins de semana

Segundo sabemos, a equipa do Ilustres Caminha realizou a sua apresentação há uma semana em Viana do Castelo, contra o Vianense, e irá treinar no Morber após as 21H30, repartindo ambos o campo de jogos aos fins de semana, alternadamente, até que aconteça o confronto directo entre ambas, na primeira e segunda volta…no mesmo estádio, tal como sucede no S. Siro, em Itália, com o Inter e o Milão, por exemplo.


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