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Logística continua a melhorar e elogios não faltam

Vieram de Vigo e Madrid a fim de viverem um dos momentos mais arrebatadores deste verão/24, no cenário único constituído pelo Rio Coura e suas margens idílicas, tendo como ponto referencial o largo Dr. António Barge, onde decorreu durante quatro dias o mais antigo e mais intimista festival de música rock que se realiza na península, dado as particularidades da sua envolvência invulgar.

"Festival com muitas comodidades e adorável"

Cristina e seus amigos (dois de Madrid e outros tantos da Corunha) não deixaram por mãos alheias os encómios a este evento do qual desfruta pela quarta vez, como nos referiu ao deixar as suas tendas montadas no amplo parque de campismo, quando se dirigiam para o "palco" dos acontecimentos daquela tarde/noite.

"É um festival em que estamos muito cómodos e é adorável", assim sintetizou a sua opinião sobre o Festival de Vilar de Mouros que atrai habitualmente muitos rockeiros galegos a esta aldeia com 725 habitantes, face à sua proximidade com o país vizinho.

A qualidade das condições proporcionadas aos campistas têm vindo a melhorar ano após ano, como nos confirmou Cristina, estupefacta pelo facto de haver água quente nos chuveiros, "o que não acontecia no ano passado!", frisou, graças à utilização de sistemas de aquecimento e reciclagem de água, e ao aumento da área dos parques de campismo, que se estendiam para jusante da ponte medieval ao longo da margem direita do Rio Coura, com uma distância de 2 km, com capacidade para 4.000 pessoas, como nos confirmou João Pinto, vereador com o pelouro da cultura da Câmara de Caminha, a quem coube preparar as condições de alojamento dos campistas e disponibilizar os 19 parques de estacionamento.

Refira-se ainda que este ano existiam cerca de 40 tendas para aluguer, montadas no interior de um dos parques, com condições especiais de alojamento (camas e lençóis, pequeno frigorífico, ventoinha, luz interior), pelo preço individual de 150€ para os quatro dias.

Um colega de Cristina, Daniel, apenas anotou que necessitavam de um supermercado mais funcional, a exemplo do que existiu no ano passado com o Lidl que "nos permitia ter pequenos-almoços, o que não sucede agora, mas fora isso, tudo bem".

"Está muito bem organizado"

Comentando o programa, considerou-o bom, apenas lamentando a ausência dos Queens of the Stone Age, mas quanto ao resto "tudo bem". Aliás, convidou os organizadores de festivais em Espanha a "olharem como se montam estes eventos em Portugal", porque o de Vilar de Mouros "está muito bem organizado", insistiu.

Perguntando-lhes se gostariam de ver actuar em Vilar de Mouros uma banda galega ou espanhola, responderam-nos que "dá igual" (risos), porque o ambiente é excelente.

Sobre a banda preferida para este ano, não hesitaram em apontar os Die Antwoord, porque "vão dar uma festa muito potente", disparou Cristina, apresentando um "espectáculo muito peculiar".

Daniel vincou que "resulta muito cómodo para nós, de Vigo, vir a este festival, por estar muito perto", e "no dia seguinte, de manhã, se for preciso, vamos ao Centro de Saúde de Tomiño", tendo sido estas palavras acompanhadas com gargalhadas pelos seus colegas.

"Dorme-se lindamente"

Fernando Picas e Costa, ambos de Pousa, Barcelos, empunhando símbolos nacionais, evidenciaram-se nesta edição, pelo exotismo demonstrado. O primeiro já cá tinha estado há uns anos, e o seu colega estreou a bandeira no Festival de 2000, data registada na flámula. Repete todos os anos porque "gosto do ambiente que se cria aqui, das bandas - "já vieram aqui muito boas", repete -, tendo referenciado ainda o "campismo espectacular" proporcionado, em que é possível dormir "lindamente".

Costa já esteve no Rock in Rio, em Lisboa - uma grande diferença, anota - mas, reforça: "eu gosto mais de Vilar de Mouros", acompanhado nesta opção por Fernando Picas, atribuindo este fascínio à existência de qualquer "energia", o que o leva a visitar as margens do Coura "quatro vezes por ano". "Há aqui algo de magnético" neste rio, o que não sucede no Cávado, que passa junto da sua aldeia.

E prefere não citar o conjunto da sua preferência, porque "venho cá pelo ambiente", no que foi corroborado por Costa, dizendo-nos que "sempre que passo na ponte fico arrepiado", acreditando que se deve a uma "boa energia positiva", que cria um espaço "sem stress, com tranquilidade". Este barcelense admitiu que gosta bastante dos "Xutos", da sua geração, e que já tinham visto actuar há muitos anos em Sequeiros.

"Desde o início, as minhas vacas deram nome ao Festival"

A envolvência das vacas do Alexandre Barrocas neste evento já vem "desde início", reconheceu este vilarmourense no interior do recinto dos espectáculos, onde o fomos encontrar apreciando o ambiente, traduzindo-o como uma "animação para o pessoal".

Recordou que no tempo de José Carlos Malato, Luís Montez e Jorge Silva, chegaram a passar um filme do festival "em minha casa". Não perde uma única edição do Vilar de Mouros. "Gosto de tudo", incluindo a música que por cá se ouve, estando convicto de que esta festa em Vilar de Mouros "é para continuar"

Este evento "é bom para o comércio da freguesia" que o viu nascer, vivendo do sustento das 20 vacas que ainda possui e que acaba por ser também um "passa tempo".

"É o nosso Festival"

Sebastião Lages criou esta empresa lanhelense há quatro anos, mas havia já algum tempo que percorria as feiras medievais e festas de todo o país. "Conto fazer todos os festivais", disse-nos enquanto ia servindo os clientes que faziam bicha no intervalo entre cada actuação. Um sócio seu, encontrava-se à data na Feira Medieval de Castro Marim, no Algarve, com a especialidade única de sande de leitão.

Nos períodos em que as festividades não abundam, desde o seu novo espaço, um armazém perto do campo de futebol do Lanhelas, fornecem leitão durante todo o ano.

Pronunciando-se sobre o negócio, admitiu que "já esteve melhor", atendendo a que "este ano estamos a facturar entre 30 a 40% menos, em todo o lado".

Veio a Vilar de Mouros com as especialidades de prego no pão e leitão, com a colaboração de familiares e amigos (oito/nove no total), um trabalho sazonal, como fez questão de precisar. Não poderia faltar a esta chamada, porque "é o nosso Festival".

Edição 2025 entre 21 e 23 de Agosto

Paulo Ventura, sócio da empresa organizadora do Festival de Vilar de Mouros, divulgou que a edição do próximo ano decorrerá entre os dias 21 e 23 de Agosto (Quinta a Sábado). Voltará assim ao formato de três dias, embora não se descarte a possibilidade de haver um programa igual ao deste ano ("dia prévio"), com entradas grátis na Quarta-feira.

Está previsto começar a anunciar para breve algumas das bandas que incluirão o programa do próximo festival, anunciou igualmente.

"Muita união" e com "final feliz"

Ao fazer o balanço deste ano, Paulo Ventura louvou a existência de "muita união" entre a empresa organizadora, Câmara Municipal e Junta de Freguesia, e que acabou por redundar num "final feliz, após um ano muito difícil", admitiu.

Uma das dificuldades resultou desde logo pelo cancelamento da actuação do cabeça de cartaz do primeiro dia (Queens of the Stone Age), devido a problemas de saúde do seu vocalista, tendo sido complicado encontrar um conjunto substituto em tão curto espaço de tempo.

Sublinhou que entre 52 e 55.000 espectadores marcaram presença nestes quatro dias do evento de 2024.

"Festival democrático"

Da parte de Rui Lages, houve elogios a "mais um projecto com o apoio da Câmara Municipal", fruto de uma parceria com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, e patrocínio da Caixa Agrícola, conseguindo levar por diante um "Festival democrático".

O autarca caminhense destacou o entendimento existente com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, e prometeu avançar com mais projetos "com o apoio da Câmara Municipal".

"Longo percurso"

Desde 1996, "já passamos um longo percurso" com a ajuda de todos, precisou Carlos Alves, presidente da autarquia vilarmourense, contente com o resultado da edição deste ano, graças à colaboração entre todos.

"CA: "Vilar de Mouros representa muito"

A representante da Caixa de Crédito Agrícola do Alto Minho, mostrou-se "sensibilizada" por ter patrocinado este Festival, incidindo na sua intervenção perante a imprensa, que a CA "apoia sempre", nomeadamente Vilar de Mouros, porque, "representa muito", assumiu.



Fogo Frio (Festival Vilar de Mouros)

O projeto "Fogo Frio", banda de Caminha, Viana do Castelo, saltou "da garagem" para o palco, estreando-se no Festival Vilar de Mouros na passada Quarta-feira dia 21 de Agosto.

Partilharam o palco principal com outros grandes nomes nacionais como os The Legendary Tigerman, GNR, Amália Hoje e Delfins.

Esta banda jovem de Rock and Roll que escreve e canta em Português conta com os conterrâneos JOW (Márcio) na Voz e Guitarra, natural de Venade. O JOHNNY SOLOS (João) na Guitarra e na voz, natural de Dem. O GUS (Gus) no Baixo que vem de Vila Praia de Âncora e o POLO (Paulo) na bateria de Seixas.

Deram um espetáculo com muita energia e muito rock que apanhou todos de surpresa ao subir ao palco e a abrir o Vilar de Mouros deixando a multidão a saltar e a cantar com eles.

Duas abaixo, Bailarina, Ó Man!, A Velhota, e o single Nada Demais que já conta com um vídeo clip no YouTube com mais de 3.200 visualizações foram algumas das músicas tocadas pelos Fogo Frio.

Com pouco mais de um ano de ensaios e criatividade conseguiram criar um set de músicas escritas pelo cantor principal, JOW, que falam de eventos passados e coisas do dia a dia, incluindo uma homenagem às famílias e gerações anteriores como na sua música "a Velhota" que deixou o público de Vilar de Mouros a cantar com eles ao fim de apenas um refrão.

Os Fogo Frio, prometem voltar a fazer continência à palavra "Rock and Roll" como o fazem na música "o Sonho" e voltar a subir ao palco muito brevemente e manter vivo o Rock de Portugal.

Mais um grupo que promete dar nome ao distrito de Viana do Castelo desta vez ao som do Rock and Roll.

O conteúdo dos Fogo Frio está disponível no instagram (fogofriooficial) e Facebook (Fogo Frio) e podem ser contactados diretamente através do e-mail: bandafogofrio@gmail.com

Pedro Silva e Conteúdo fotográfico de NelsonGomes


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