Quem não se lembra desta figura ímpar que nasceu e residiu na Freguesia de Vila Praia de Âncora, do Concelho de Caminha e Distrito de Viana do Castelo, na Província do Minho.
Da m/parte, como tirei um Curso Industrial (Formação de Serralheiro), um dia m/Pai mandou-me ir ter com ele, pois pretendia que os Alunos com o referido Curso ingressassem na Armada (Marinha).
Quando se é Jovem, costuma-se dizer que "O Sonho Comanda a Vida" e eu devo ter sido dos poucos que não aceitei o "Convite", pois "sonhava" ser Piloto-Aviador.
Quando chegou a "hora" de ir às Inspecções Militares para o Exército que se realizavam na Câmara Municipal do Concelho de Caminha para o "Serviço Militar Obrigatório" que agora acabou e que tanta falta faz, pois a Vida Militar é uma "fase da Vida" que todos deviam "Servir" (Serviço Cívico), e agora apenas é aproveitado "voluntariamente" pelo "Sexo Feminino" (na maior parte).
Como fiquei "Apurado" mas também não me "agradava" o Exército, tratei logo de me inscrever na Força Aérea, e como estava "Apurado", logo "ingressei" na mesma, só com a diferença de que para ser "Piloto-Aviador" tinha de ter "autorização especial do Encarregado de Educação" (que não me "autorizou"), tendo-me "registado" como Radiotelegrafista.
Depois de efectuada a Recruta, seguiu-se o Curso de Radiotelegrafista e depois de concluído fui chamado para a Pilotagem, mas como a "febre" tinha passado, não aceitei, continuando como Radiotelegrafista, com Missão de Comissão no Ultramar, no Norte da Província de Moçambique.
Quando cheguei à Metrópole (Lisboa), a primeira pessoa que fui visitar foi o Amigo PAULO BARRETO que lá residia e tinha dois Estabelecimentos Comerciais.
Ao regressar a casa, m/Pai mostrou-me uma Carta do Sr. Contra-Almirante, ficando eu a saber que ele tinha acompanhado o m/percurso Militar, sabendo até que tinha tido um "Louvor em Moçambique", porque desempenhei funções que ultrapassaram a "esfera da m/especialidade (de livre vontade), tendo sido até "Comandante de um Aeródromo Base em construção", com integração inclusive, no meio "dos naturais" daquela Província Ultramarina.
Pois bem, tudo isto apenas serve de Introdução ao que passo a "relatar".
Devido à s/inquestionável "Personalidade", muitos Jovens foram estudar à "custa" da Fundação que criou para esse efeito, razão pela qual em 1999-05-01 foi votada uma "Deliberação" na Assembleia de Freguesia de Vila Praia de Âncora, para que o s/Nome fosse "dado" à Escola do Ciclo Preparatório (Escola Básica 1,2), pois de acordo com o Decreto-Lei nº 387/90 de 10 de Dezembro daquele ano todos os Estabelecimentos de Ensino podiam "candidatar-se" a atribuir-lhes um "Patrono".
Apesar da Deliberação ter sido "Aprovada por Unanimidade e Aclamação" conforme consta na página 10 do Jornal TERRA E MAR de 1999-05-17, a Deliberação "encalhou".
Em 2001, o Jornal Digital CAMINH@2000 Nº 11 de 6 a 12JAN, "alertava" que a Proposta da Escola nunca foi dirigida ao Ministério da Educação, como mais tarde se veio a confirmar no final do processo que estabeleci com o referido Ministério.
Como o tempo decorria sem que se visse tal "Deliberação concretizada", tratei de dar uma "ajuda" para saber o que se passava, pois ninguém queria dizer "absolutamente NADA".
Como Funcionário Público do Ministério das Obras Públicas, tendo "acesso obrigatório" ao Diário da República, encontrei dois casos curiosos.
O primeiro, no Diário da República nº 113-II Série de 1996-05-15, que no Despacho 25/SEAE/96 constante na página 6.449, foi atribuído à Escola Preparatória e Secundária (C+S) de Penamacor, o nome de RIBEIRO SANCHES (daquela localidade), pois tinha sido Médico, Escritor e Filósofo ilustre do Século XVIII, colaborando em diversos trabalhos científicos em países como a França e a Holanda, tendo sido também nomeado Médico do Senado e da Cidade de Moscovo e, depois, da chancelaria de São Petersburgo, salvando da morte a Imperatriz da Rússia, Catarina II.
Foi Nomeado pela Soberana médico da Corte e do seu exército e conselheiro do estado, representando a Rússia em importantes Cortes Europeias e relacionou-se com as principais academias do seu tempo, usando como divisa: Prudentia in aula; vídeo et taceo.
O segundo, no Diário da República nº 111-II Série de 1999-05-13, que no Despacho nº 9.478/99 (2ª Série) constante na página 7.131, foi atribuído à Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Portimão nº 1 o nome do Major DAVID NETO, pois tinha sido Advogado, Político e Oficial do Exército, tendo iniciado o Curso de Direito na Universidade de Coimbra e assentando praça no Exército em 1915.
Como Alferes prestou serviço em França na I Grande Guerra, tendo sido promovido por "distinção" em virtude das provas de valentia e sangue frio, recebendo diversas condecorações nacionais e estrangeiras.
Prisioneiro dos Alemães, conseguiu evadir-se do Campo de Concentração onde estava internado, alcançando a Dinamarca.
Após o Armistício, viveu alguns anos na Bélgica e na Inglaterra.
Perante estes dois casos, em 2003-01-08 enviei uma Carta para o Sr. MINISTRO DA EDUCAÇÃO para saber se a Deliberação lá tinha "chegado", recebendo uma resposta (para conhecimento) no dia 15 do mesmo mês, para que o Chefe do Gabinete de Sua Excelência o Secretário de Estado da Administração Educativa me prestasse tal esclarecimento.
Em 2003-11-28 recebi do Ministério da Educação nova Comunicação (também p/conhecimento), pois foi endereçado Ofício da Directora dos Serviços de Gestão dos Recursos Humanos do Ministério da Educação para o Presidente do Conselho Executivo EB 2,3 Vila Praia de Âncora, acerca da Proposta de atribuição do Patrono em questão.
Como a resposta "final" demorava, enviei nova Carta em 2004-04-05 para o Ministério da Educação, tendo-me sido dada a resposta em 2004-05-31, com a informação "de que tal Proposta" nunca chegou a ser enviada para aquele Ministério, alegando que os terrenos onde a mesma foi implantada foram "oferecidos" por Particulares, portanto que não fazia sentido ser-lhe atribuído um "Patrono".
A "verdade" não era esta, pois pretendiam que o "Patrono/a" fosse "outro/a".
Foi então com alguma surpresa que no passado dia 2023-01-23, aquando da inauguração das novas instalações da Escola de Vila Praia de Âncora e da Academia de Música Fernandes Fão, o Auditório Municipal recebeu o nome da Família "RAMOS PEREIRA" (conforme descrito no "folheto" elucidativo que foi distribuído), ficando assim englobado o que foi "Aprovado" em 1999-05-01 (abrangente), tal como a Academia de Música que englobou toda a Família "FERNANDES FÃO".
Bem hajam os que vão enaltecendo as "Personalidades de relevo" no Concelho de Caminha e mais particularmente de VILA PRAIA DE ÂNCORA.
Seguem também em anexo os Documentos que serviram de base a este "escrito".