Uma parceria entre as Câmaras de Caminha e Vila Nova de Cerveira permitiu à Fundação da Bienal Internacional de Arte que decorre neste Verão na vila vizinha, trazer até ao Museu Municipal de Caminha 11 obras de arte (pinturas e uma escultura), patentes numa das salas do edifício da antiga cadeia.
A inauguração teve lugar no final de Julho, tendo na altura referido Miguel Alves, presidente do Município caminhense, que "gostamos de receber bem", nomeadamente quando obras de arte são colocadas ao dispor dos caminhenses e de quem nos visita.
O autarca insistiu na aposta do Executivo a que preside no apoio a todas as formas de arte e às associações e instituições que a promovem, tendo dado vários exemplos das iniciativas levadas a cabo.
"Relação de partilha"
Considerou relevante este percurso comum com Vila Nova de Cerveira, "um concelho que além de ser vizinho, é amigo", definindo a Bienal como "um património de toda esta região", à frente de cuja Fundação se encontra um caminhense, Rui Teixeira, simultaneamente, presidente desse município, "que conhece bem o nosso território".
Além de agradecer a "partilha" possível com o autarca de Vila Nova de Cerveira, Miguel Alves saudou a presença e o contributo de Helena Pereira que "tem sido um alimento cultural desta terra", em referência a outros projectos em curso ou a desenvolver, definindo-os como "húmus para o crescimento do nosso território e dirigindo-se a pessoas diferentes", quer do concelho, quer visitantes, para que mais projectos singrem nos próximos anos.
"A cultura não pode estar presa em nichos"
Da parte de Rui Teixeira, surgiram palavras de agradecimento a Miguel Alves, com quem partilhou a vereação no primeiro mandato, e de prazer "por estar aqui convosco hoje", sublinhando que desde que assumiu a presidência da Bienal há nove meses, perspectivou três objectivos concretos: levar as obras artísticas à freguesias cerveirenses, de modo "a envolver os munícipes com a Bienal" ; Bienal, arte e cultura constam de outro projecto na área da educação, o qual pretende alargar ao próprio ensino superior ; expandir a Bienal "fora de portas", alargando-a ao território (Alto Minho), dando como exemplo Caminha, "um Município que soube compreender isso", a par de desejar criar um espaço aberto através de uma galeria nova em Vila Nova de Cerveira, e pretender ainda criar a Casa do Artista.
Definiu a Bienal como "uma marca forte" tanto a nível nacional, como internacional, mas insistiu na componente alto-minhota, um território no qual existe "unidade" entre os autarcas, no intuito de a potencializar.
"Bienal de Cerveira é uma força no contexto nacional e internacional"
Helena Pereira colaboradora há 12 anos com o município cerveirense e actual directora artística, defendeu a "centralidade artística" de Vila Nova de Cerveira e a sua visão de criar pólos de atracção noutros municípios, como são os exemplos de Caminha e Vila Verde, depois de recordar que esta Bienal era a mais antiga da Península Ibérica, mas, enfatizou, "o que nós queremos é que seja a mais durável".
Esta responsável pela Bienal, interrogou-se sobre a melhor forma de dar continuidade ao trabalho desenvolvido por quem a precedeu, como Jaime Isidoro, José Rodrigues, Henrique Silva e outros, apontando a "descentralização" como o caminho a seguir, no intuito de que "a arte com qualidade chegue a outros polos".
"A arte precisa de se libertar das suas amarras"
Deu como exemplo o facto de em 2007, o vencedor do prémio (escultura) da Bienal ter estado em exposição em Caminha, apontando ainda a realização de visitas guiadas durante o tempo da exposição, fazendo votos para que "a Bienal continue a circular por este Minho fora".