A Junta de Freguesia de Venade/Azevedo interpelou o presidente da Câmara Municipal de Caminha Miguel Alves sobre o processo de monitorização das águas do rio Coura na zona do Cais do Pego, de modo a criar uma praia fluvial neste local.
Sofia Loução, presidente da autarquia, pediu esta informação no decorrer da Assembleia Municipal realizada na passada Quinta-feira.
"Talvez, um dia"
Segundo lhe respondeu Miguel Alves, este processo não está esquecido, a monitorização prossegue e, sem avançar datas, "talvez, um dia" aquela que poderia constituir a sexta praia do concelho com Bandeira Azul, deverá ser uma realidade, embora sejam necessários três anos de controle e análises da água.
Este assunto coincidiu com o dia em que o Município ficou a conhecer que o concelho de Caminha manterá as cinco Bandeiras Azuis na próxima época balnear (Âncora (Forte do Cão), Vila Praia de Âncora, Moledo, Foz do Minho e a praia fluvial das Azenhas em Vilar de Mouros), destacou o presidente do Executivo, classificando este feito como resultado de "um trabalho consolidado".
A presidente da Junta de Freguesia aproveitou ainda a oportunidade para agradecer o investimento realizado pelo Município no saneamento de Venade e Azevedo, embora nesta última freguesia - agregada à força pela imposição da famigerada e contestada Lei Relvas, recorde-se -, o processo de instalação da tubagem encontra-se atrasado, bem como a reposição dos pisos, apelando por isso ao Executivo municipal para que interceda junto da AdAM a fim de concluir os trabalhos.
Azevedo com rede de saneamento pela primeira vez
Miguel Alves reconheceu a insatisfação com as obras de saneamento, devido aos incómodos que originam, mas, "Azevedo terá esta rede pela primeira vez" frisou, e os moradores de Venade passarão a contar com mais rede, a par de garantir que os pavimentos ficariam em condições, tendo em conta que "como alguns dos caminhos se encontram em mau estado", aproveitarão a oportunidade para os melhorar, sossegou os moradores.
O aparecimento de pedra num dos troços da Av. de S. Sebastião tem obstado a que os trabalhos prossigam com mais celeridade, disseram-nos moradores de Azevedo.
Eco-via junto ao Coura aguarda lançamento de concurso
Sofia Loução pediu ainda informações acerca da ligação da ecovia Caminha-Vilarelho-Venade-Argela-Vilar de Mouros.
Relativamente à eco-via, o autarca garantiu estar já aprovado um financiamento de 1,5 milhões de euros e estarem preparados para lançar o respectivo concurso nos próximos dois meses.
Assembleia de Freguesia de Venade/Azevedo
Se estes foram assuntos levantados na AM, no decorrer da Assembleia de Freguesia de Venade/Azevedo que decorreu dias antes, outros temas mereceram atenção por parte dos delegados presentes.
Após discutirem sobre o dia de semana mais aconselhável para a realização destas assembleias neste mandato, opção discutível, porque nem todos têm a mesma opinião (ou disponibilidade), a presidente admitiu que poderiam conversar a fim de conseguirem chegar a um consenso.
Alteração ao regulamento das taxas do cemitério
Outro tema que mereceu alguma reflexão, foi uma proposta de alteração das taxas das inumações no cemitério, porque a freguesia não possui um coveiro próprio ("tentamos contratar alguém de cá, mas nada", esclareceu à oposição a presidente da Junta), sendo necessário requisitar uma pessoa de fora.
A Junta de Freguesia adiantou que procederão à concessão de um desconto de 100€ à abertura da primeira fundura, caso os donos dos jazigos e sepulturas tenham as quotas em dia, tal como já vinha sucedendo anteriormente.
O facto de não possuírem coveiro, obrigou a mais despesas e a estabelecer um acordo com a pessoa que vem de fora. Assim, foi proposto e aprovado com os votos dos delegados socialistas e a abstenção dos membros da OCP (pretendiam um aumento "mais gradual", mas para a Junta a despesa "não o foi", atalhou Sofia Loução) que a abertura de uma primeira fundura passa para 200€, e a segunda fundura sobe de 180€ para 250€. Mas como a Junta não cobrava no passado os 100€ da primeira fundura, as famílias (doridos) acabavam por não terem despesas com esse trabalho.
Sofia Loução assumiu ainda que às famílias assumidamente pobres, nada cobrarão.
Maioria socialista e oposição social-democrata debateram este tema "delicado", acreditando a presidente de Junta que em breve será assacado esse serviço às próprias funerárias, revelando que na maioria das freguesias as famílias já pagam directamente a um coveiro.
A luz no Centro Cultural deu discussão
A situação de paralisia a que se assiste no Centro Cultural, e sem dirigentes eleitos, suscitou discussão nesta reunião, após a Junta ter assumido que se disponibilizou a pagar a luz quando a EDP se apresentou para a cortar.
Sofia Loução e o seu Executivo entenderam que seria mau para a freguesia que a sala de espectáculos ficasse definitivamente incapacitada de acolher qualquer evento, considerando que seria "drástico" se tal sucedesse.
Nesse sentido, a Junta fez um contrato com a EDP, esperando que num período curto a situação do Centro de Cultura e Desporto de Venade tivesse uma evolução positiva, além de já ter solicitado uma cópia dos estatutos, mas sem sucesso.
Atendendo a que este centro é uma instituição particular, neste momento nas mãos do presidente da assembleia geral, António Amorim, e concomitantemente, delegado da OCP nesta assembleia de freguesia, este assinalou que a Junta não poderia estabelecer um contrato. Referiu que estavam a cometer uma "ilegalidade", por se tratar de uma associação particular, embora sem orgãos sociais eleitos.
Além de não existir seguro, pelo que em caso de algum acidente relacionado com a electricidade, perguntou quem seria o responsável, revelando que tinha sido ele a solicitar o corte da energia elétrica.
O antigo presidente de junta e sobre quem cai a responsabilidade de responder pela instituição, falou na possibilidade de o Tribunal de Contas ou a DGAL actuarem devido ao contrato estabelecido pela autarquia.
Questionado por estar há mais de oito anos sem actividade e não terem sido convocadas eleições (assegurou que iria convocar uma AG dentro de algum tempo), referiu a dificuldade em encontrar pessoas para dirigir as colectividades nos dias de hoje, além de ter pedido à Junta que procedesse à limpeza do edifício, o que não sucedeu e ter depois procedido à celebração do contrato para fornecimento de energia.
"Estive lá quatro mandatos e sei o trabalho que dá", assinalou, dizendo sentir-se cansado, o que levou Sofia Loução a interpelá-lo sobre a razão, então, de ter tentado recandidatar-se à presidência da Junta de Freguesia.
Entretanto, a Junta de Freguesia mandou cortar a luz.
Pedido Centro de Convívio para a 3ª Idade
Uma delegada da OCP perguntou ao Executivo local se tinha previsto algum plano de actividades para a 3ª idade, assegurando a Junta que estavam a prepará-lo, levando a mesma delegada Célia Almeida a pedir informações sobre a criação de um centro de convívio no antigo jardim de infância, ripostando a presidente da Junta que poderiam ter pensado nisso para o Centro Cultural, a par de não possuírem recursos para tal.
Em termos de preparar um plano de acção para este ano, Sofia Loução informou que se encontravam a pedir orçamentos para pequenas obras, continuando a assegurar os transportes, tendo decidido que quem auferir apenas o rendimento mínimo, nada pagará.
Uma "barriga" no muro da escola primária poderá causar algum acidente, alertou a presidente, situação já comunicada à Câmara.
O saneamento na Rua da Aldeia está a ser concluído, disse no final da reunião, e lamentou desconhecer quando será ligado o gás natural, achando mal que a empresa não informe a autarquia de quando isso sucederá.