No dia 21 deste mês, o Instituto de Socorro a Náufragos assinalou 130 anos de existência, tendo escolhido o concelho de Caminha para iniciar as suas comemorações, de onde partiram duas motos de salvamento marítimo com destino a Vila Real de Santo António, onde chagaram no dia de ontem.
Pelas 9H30 da passada Segunda-feira, do pontão flutuante da foz do rio Minho, o Comandante do Porto da Capitania de Caminha, o Capitão de Fragata Pedro Jorge, deu autorização aos dois tripulantes das motos de água para zarparem rumo ao Algarve, com paragem em cinco portos da costa portuguesa, até atingirem a cidade algarvia.
Pedro Jorge frisou que a Marinha não poderia deixar de comemorar esta data, tendo este instituto optado pela campanha de recolha de bens perecíveis que reverterá a favor da Cruz Vermelha Portuguesa, através da organização deste percurso ao longo da faixa marítima do nosso país.
"A distância é grande", precisou-nos o Comandante da Capitania e da Policia Marítima de Caminha, pelo que os dois navegadores "não poderiam percorrê-la num único dia" que deveria coincidir com o do aniversário, levando as autoridades marítimas a subdividir o percurso de modo a que descansassem.
A Capitania concedeu apoio logístico à iniciativa, tendo recolhido as duas embarcações chegadas na véspera, colocando-as no dia seguinte nas águas do Rio Minho.
Tratando-se da comemoração de um aniversário de um organismo de salvamento marítimo, perguntamos a este oficial da Armada se desde que aqui foi colocado há mais de ano e meio, se sob as suas ordens já tinham procedido a operações de salvamento na sua área de jurisdição, confirmando-nos que, efectivamente, "já participamos em muitas, nomeadamente na foz do Minho e, outras, na zona marítima de Moledo e Vila Praia de Âncora, todas com sucesso, felizmente", revelou-nos com satisfação pela eficácia dessas missões de socorro.
Aproximando-se a época balnear, a sua preparação deverá merecer proximamente uma abordagem cuidada, confessou-nos, "à imagem dos anos anteriores, ou seja, disporemos do reforço de uma carrinha de apoio à praia, com nadadores-salvadores e material de suporte de vida e de primeiros socorros", insistindo que "será à semelhança dos anos anteriores, reforçando o dispositivo da Polícia Marítima", além de contarem com o apoio da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha para vigilância das praias".
Esta Capitania dispõe de 18 elementos da Polícia Marítima e quanto a militares, contando com o próprio Comandante, são quatro.
Esta Capitão de Fragata revelou-nos ainda que se mantém em funcionamento nas instalações militares da foz do Rio Minho o projecto "Costa Segura", constando de câmaras de vigilância existentes em diferentes pontos da costa do continente e ilhas que "dão uma capacidade extra de vigilância através do nosso gabinete", podendo do seu próprio local de trabalho ter acesso a imagens das câmaras e verificar o estado do mar e se há alguma acção a decorrer".
Tendo sido objecto de várias notícias nos últimos dias o facto de em Portugal existirem naves onde são construídas e escondidas as comummente designadas por lanchas voadoras, utilizadas no transporte de droga (sendo alguns pontos dos concelhos ribeirinhos ou em lugares mais de interior, mas não longe dos rios e mar, como os preferidos para os narcotraficantes galegos e portugueses), referiu-nos que apenas há cerca de um ano tinha dado à costa uma embarcação no Forte do Cão, depois de ter sido avistada ao largo.
Quanto a eventuais entradas de lanchas voadoras no rio Minho, o Comandante da Polícia Marítima disse-nos que nunca tinham detectado nada.