As imagens dos santos das paróquias de Caminha estão patentes numa mostra inaugurada hoje no Museu Municipal e que se manterá até ao final do próximo mês.
"Santos da Casa - companheiros de viagem" uniram a Câmara Municipal de Caminha, Arciprestado de Caminha e Paróquias do concelho num projecto englobando 41 imagens existentes em todas as paróquias, agora concentrados num espaço de visita que permite uma apreciação diferente e individual de cada uma delas.
Miguel Alves, presidente do Executivo, admitiu no acto de inauguraçao da mostra religiosa, que "me entusiasma e agrada particularmente pelo trabalho conjunto" conseguido com toda as entidades organizadoras, nomeadamente "a comunidade cristâ do concelho e o Arciprestado".
O autarca destacou também este trabalho sobre "a nossa história - desde o século XVII, até ao século XXI, o nosso legado e os nossos percursos", graças ao "milagre" conseguido pelos Santos da Casa, ao ter sido possível cederem-nos temporariamente.
"Às vezes invocamos os nomes dos santos sem nos lembrarmos deles"
O presidente do Executivo reafirmou a importância "deste legado cultural" para os crentes e não crentes, incluindo aqueles que "ainda não descobriram essa fé", mas, frisou, "os santos e as imagens que acompanham as preces das nossa gentes, foram companheiros de viagem", incluindo "os momentos de aflição", bastando para tal "ver os nomes das freguesias e paróquias". Recordou que muitas vezes invocamos os nomes dos santos sem nos lembrarmos deles, dando como exemplos Santa Bárbara "quando troveja", ou S. Brás "quando vemos alguém a espirrar" ou dizendo muitas vezes "minha Nossa Senhora, sem nos lembrarmos dos santos da nossa casa e de todos os outros santos".
Agradeceu o trabalho dos funcionários camarários na preparação desta exposição acompanhada por um catálogo elucidativo, bem como a disponibilidade das paróquias para libertarem os seus santos e padroeiros durante as próximas semanas, admitindo, que "estão aqui santos que eu nunca esperei que aqui estivessem", equivalendo a dizer, acentuou, que "existe um grande grau de confiança entregue aos párocos e ao Município".
"Estes santos percebem-nos"
"É bom sentirmo-nos em família que somos, e partilharmos este momento na abertura" desta exposição de todo o concelho de Caminha", assim iniciou a sua alocução o padre Valdemar, Arcipestre deste concelho, antes de iniciar o percurso pelas imagens expostas, as quais integrou "na nossa família". Estes santos, "de carne e osso como nós, percebem-nos, têm aceitado as nossas lágrimas, escutado as nossas súplicas e ensinando-nos a maneira de levarmos a nossa própria cruz".
É bom estarmos aqui", reforçou este sacerdote, porque "eles ensinam-nos a continuarmos a dar as mãos, e, "vamos vê-los", rematou, antes de se deslocarem para a sala da exposição.
Os pormenores desta arte sacra
Antes do início da inauguração, o responsável pelo Museu, Ségio Cadilhe, referiu que "é o concelho de Caminha todo reunido na sua fé na sala do Museu Municipal", após o que acentuou "a escolha criteriosa", fazendo votos para que se torne "num momento de visita", acima de tudo "contemplativo".