"Isto é transversal ao concelho. Teremos que nos reinventar", vincou Carlos Lima, um dos escassos sócios da Associação Moledense de Instrução e Recreio que marcou presença na assembleia geral (AG) que aprovou os relatórios de actividades e contas dos dois últimos anos e escolheu os corpos directivos para o próximo biénio.
Este sócio reconheceu ser difícil nos dias de hoje conseguir a adesão das pessoas para gerir as associações ou mesmo participar nas actividades, nomeadamente dos jovens, recordando a propósito da aproximação dos 90 anos da fundação da AMIR, que quando completaram 75 anos, realizaram outras tantas actividades, o que seria impensável de concretizar na próxima efeméride da colectividade moledense, como assinalou o nova presidente Goreti Verde: "não prometo 90 actividades, mas nove talvez".
"É frustrante não ter a adesão da população"
"Esta é a realidade, diferente do tempo em que as associações estavam no auge", lamentou o secretário da Assembleia Geral Joaquim Guardão, ao referir que presentemente, as pessoas apenas comparecem na Serração da Velha "para ouvir umas larachas", dando ainda como exemplo a Columbófila, igualmente a passar por um mau período, porque, aduziu, "cada vez há menos gente disponível" para trabalhar nas colectividades. Insistiu no caso da própria AMIR, em que os sócios não comparecem nas assembleias gerais, apesar desta associação lhes dizer muito, acredita. Presentemente, vincou este sócio, apenas a SIRA, em Âncora, consegue mobilizar os associados e população local.
Joaquim Guardão assinalou que noutros tempos, a participação dos jovens nas actividades desta associação "era um escape", o que não sucede na actualidade, reconheceu.
"Há um património"
Estes desabafos foram comungados por Jorge Fão, presidente da assembleia geral reeleito, mas apelou, "há um património" a defender, que "não podemos deixar morrer", dando como exemplo próximo a comemoração dos 90 anos da AMIR já em 2023.
"Pandemia não deixou fazer muito"
O período pandémico contribuiu para acentuar a crise associativa, admitiu Carlos Carvalho, presidente da direcção cessante, revelando que apenas conseguiram remodelar a piscina e organizar um baile, a par de terem outorgado um acordo de colaboração com a Junta de Freguesia para utilização da sede da AMIR.
Este protocolo foi elogiado por Carlos Lima, dado ser uma aspiração antiga.
A velha sede da AMIR, entretanto, foi entregue aos seus proprietários em 2019, recordou Jorge Fão, tendo sido dado cumprimento a uma deliberação da AG, face à sua degradação.
Quanto a contas, o total do saldo actual da AMIR situa-se nos 7.000€.
Esta reunião permitiu a uma sócia, Maria do Carmo Fão, pedir que as aulas de ginástica regressassem às instalações do Centro Cultural, depois de transferidas para a antiga sede da junta de freguesia de Cristelo, dando lugar a que o judo ocupasse esse espaço.
Jorge Fão concordou com a sócia, referindo que uma actividade privada estava a utilizar um espaço que pertencia aos associados, sugerindo a aprovação de um regulamento de utilização das instalações do Centro Cultural, bem como a actualização da listagem dos sócios.