Segundo declarou António Lomba, presidente do Concelho de A Guarda, a uma secção regional de uma rádio espanhola, será impossível que o ferry-boat Santa Rita de Cássia esteja a funcionar no próximo Verão, apesar de já ter sido vistoriado e inspeccionado há alguns meses, encontrando-se pronto a navegar.
A avaria no pontão de embarque na Pasaxe ainda não foi reparada, existindo um conflito de competências entre o os governos central e regional sobre quem deverá proceder à sua recuperação.
Pedimos a Miguel Alves uma avaliação a esta situação com consequências graves do ponto de vista turístico e económico ( a par de terem de suportar os encargos mensais com o mestre da embarcação que é contratado e não pertence aos quadros da Câmara de Caminha), tendo-nos dito que tinha estado com o alcaide de A Guarda na véspera (dia 5), aquando do lançamento do projecto das caminhadas (andainas) em conjunto, e à margem dessa iniciativa, tinha-o abordado sobre a problemática do pontão.
Verão comprometido
Miguel Alves lamentou que estejam a assumir uma série de custos sem que exista qualquer proveito, e "o que me transmitiu o meu colega de modo informal, era que tinha a informação de que os Portos da Galiza - um instituto dependente da Xunta da Galiza - iria avançar agora com um estudo técnico e a indicação que tinha era de que nos próximos seis meses seria muito difícil que o pontão galego estivesse em condições de receber o nosso ferry".
O autarca caminhense admitiu que estas informações o deixaram "muito preocupado", atendendo a que "empurrava" o funcionamento do ferry para final do Verão, levando-o a pedir ao seu congénere galego que "fizesse diligências mais assertivos para que ambos pudessem ser recebidos pelos Portos da Galiza".
Pedida reunião com os Portos da Galiza
"Eu preciso de ter uma notificação oficial sobre esta matéria", pese embora ter beneficiado sempre de uma excelente relação com A Guarda, precisou, porque os Portos da Galiza "têm de dar uma informação sobre esta matéria" que se torna "preocupante porque nos arriscamos a ficar sem a travessia do ferry neste Verão".
Independentemente deste problema, "existe um estudo a longo prazo sobre os custos e benefícios de diversas soluções" para a atravessamento do rio, explicou o autarca.
Alternativas ao ferry só com fundos comunitários
Precisou ser necessário avaliar todas as componentes para uma alternativa ao ferry, quer através de um túnel, uma ponte, uma outra embarcação, incluindo a manutenção de uma ponte aérea através de drones para transportes de mercadorias, levando-o a equacionar que "tudo está em cima da mesa, não havendo limites para estudar soluções", mas, insistiu, "quero que essas soluções tenham uma base técnica para evitar alguma discussão que há na praça pública sobre esta matéria", e quais os prazos a definir sobre a sua concretização, embora não acredite que isso se materialize numa década.
Esta perspectiva a prazo não invalida "soluções imediatas", pormenorizando que o "o ferry já esta velhinho, o seu ciclo de vida está a chegar ao fim, a dragagem não tem acontecido", levando-o a apostar noutra embarcação "com mais capacidade para aguentar processos de assoreamento mas também mais amiga do ambiente (eléctrica)" pode ser uma solução.
Assim, "no âmbito do PRR, estamos a trabalhar numa proposta de uma possível aquisição de uma embarcação que funcionará durante anos, mesmo que alguém pretenda construir um túnel ou uma ponte", passando depois a servir "num âmbito mais turístico".
Esta é uma "ideia", antes de ser um "projecto técnico", vincou o autarca caminhense, tendo-a já debatido com especialistas e com quem está a projectar uma embarcação (eléctrica) que a Câmara Municipal de Aveiro acabou de encomendar para a ria, alertando, contudo, que tal embarcação importará sempre entre cinco a sete milhões de euros, só possível de adquirir com fundos comunitários através do Plano de Recuperação e Resiliência.