Com a colaboração das capitanias de Caminha e Tui, a Xunta da Galiza lançou no passado dia 5 nas águas do rio Minho, junto ao Cabo Fradera, cerca de seis mil alevins de salmões com a finalidade de repovoar este curso de água, outrora rico nesta espécie, a qual, hoje em dia, se encontra praticamente extinta.
O presidente do Município de Valença, José Manuel Carpinteira e o seu colega de Tui, crianças de escolas tudenses e valencianas, participaram nesta repovoação.
O Comandante Pedro Jorge, à frente da Capitania do Porto de Caminha, chefiou os militares portugueses que colaboraram nesta acção de preservação da espécie salmoníada, tendo-nos referido que era a primeira vez que participava nesta iniciativa (encontra-se em funções em Caminha há cerca de ano e meio), porque "nos últimos dois anos tinha sido apenas promovida pela Xunta da Galiza por motivos do Covid, sem convites para crianças ou escolas", embora se trate de um projecto transfronteiriço.
Crianças tiveram oportunidade de lançar os salmões
Desta vez, foi possível "darmos o ênfase" a este repovoamento do salmão integrado no projecto Mira Minho, iniciado em 2017, fazendo-o "nos moldes tradicionais", com a participação de uma escola de Tui e outra de Valença, frisou.
Contudo, já desde 1997 que a recuperação desta espécie está em curso, tendo sido já lançados ao Minho mais de 600.000 salmões criados num viveiro (Carballedo) da Xunta da Galiza.
Solicitado a pronunciar-se sobre o número de peixes que regressam ao rio Minho, o Capitão de Fragata Pedro Jorge disse ser uma pergunta difícil de responder "porque não há maneira de monitorizar se um delfim que foi hoje largado, volta ou não a entrar no rio Minho, noutro rio qualquer, ou não entra por motivo de predação das espécies ou outras razões".
Contudo, "os técnicos dizem que em teoria, um entre mil regressa ao rio Minho", o que admite ser "muito pouco", embora se deva perceber que basta um salmão para depositar milhares e milhares de ovos.
Estes pequenos peixes deitados à água têm um pequeno corte numa barbatana, para no caso de serem capturados pelos pescadores, ao serem declarados em lota, ser possível perceber se são provenientes destes repovoamentos.
Embora ultimamente o salmão tenha sido a única espécie alvo deste estudo, em anos anteriores também a enguia já fora escolhida para idêntico rasteio.