Na passada Quarta-feira, as lampreias do Rio Minho atingiram o preço de 45 euros e 30 nos compradores, devendo atingir os 50€ caso continue a haver pouca água, asseguraram-nos então Augusto Porto e Nuno Castro, directores da Associação dos Profissionais de Pesca do Rio Minho e Mar. Contudo, este Sábado, as lampreias maiores subiram para 60€ e as pequenas para 35€ na primeira venda
Nuno Castro, vice-presidente da associação, perante o preço que este apreciado pescado evidencia, referiu-nos que em termos de rendimento para o pescador, "é igual" que esteja assim tão alto, porque se houvesse muitas, embora o preço descesse, a quantidade acabaria por equilibrar os rendimentos dos profissionais de pesca.
Segundo Augusto Porto, presidente da APPRMinho e MAR, "a nível de rendimento para o pescador, não é que os números sejam muito menores do que no ano passado", realçando, contudo, que o problema "é que no resto das comunidades piscatórias, não estão a ir à pesca", perante a escassez.
"Há uma procura monstra"
O presidente desta associação referiu também que o número de lampreias pescadas até nem tem sido muito inferior ao do ano passado, "mas estamos a vender três vezes mais caro e eu não tenho memória de vender lampreias a um preço destes". A seca e a consequente retenção de água nas barragens mais para sul, leva a que não existam destas espécies nesses rios, apenas sendo possível pescá-las no Minho e Lima.
Contudo, "isto não está fácil" para a classe piscatória, aduziu Nuno Castro, porque embora estejam a dar os seus exemplos, a classe sofre devido à falta deste ciclóstomo completando o seu colega que "há uma procura monstra" da lampreia.
Lampreias pequenas a 50€ no rio Lima
O número de compradores tem aumentado enormemente, referiram-nos ambos, o que leva Nuno Castro a acreditar que o preço vai disparar, porque, completou Augusto Porto, "não há lampreia para a procura", dando como exemplo o rio Lima, em que já atingiram o preço de 60 euros e, "ainda hoje saíram de lá lampreias pequenas a 50 euros".
Assinalou ainda a existência de "uma mudança a nível legislativo", porque, frisou, "o valor da lampreia a declarar tem de ser maior em relação a outros anos, porque não vai haver uma mistura total do pescado de desconto", levando a que aumente o número de lampreias declaradas, uma medida com a qual concorda, aliás.
Este pescador de Caminha insistiu ainda que o facto de estar muito frio e ser reduzido o número de capturas, inibe os pescadores que "não vivem exclusivamente da pesca" de irem para o rio Minho.