A crise que a generalidade do comércio tradicional local está a sofrer com a pandemia, obriga a encontrar alternativas de captação de clientes.
Nesse sentido, a Câmara Municipal de Caminha e a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) constituíram um protocolo de apoio ao comércio concelhio de Caminha, no seguimento do que já foi ensaiado na capital do distrito.
Na reunião camarária da passada Quarta-feira, esse protocolo foi sancionado pelos sete vereadores caminhenses, permitindo o pagamento de 35.000€ ao longo de 2021, período em que a AEVC implementará este processo digital que facultará o visionamento dos produtos das lojas locais através de uma plataforma ("Centro Comercial Virtual"), o pagamento das compras e seu transporte até aos domicílios, embora seja possível recolhê-las pessoalmente.
Apoio à "iliteracia digital"
Reconhecendo as dificuldades ("iliteracia digital") de muitos comerciantes em lidar com estes mecanismos virtuais, a AEVC compromete-se durante o próximo ano em apoiar e ensinar os comerciantes a lidar com estes procedimentos, desde a apresentação dos seus produtos nessa plataforma, meios de pagamento, entrega e certificação das encomendas, sendo este último processo uma "garantia de qualidade dos conteúdos disponíveis nessa plataforma", conforme elucidou o representante da empresa que já se encontra a colaborar com a AEVC no concelho de Viana do Castelo.
"Montra virtual"
"Criação de processos de automatização de vendas, formas (diversas) de pagamento e entregas, estabilização da plataforma e "internacionalização" dos negócios do comércio tradicional serão as vantagens desta "montra virtual" que possuirá uma "logomarca" que referenciará a iniciativa no concelho de Caminha, que permitirá "ajudar o comércio local a fazer esta transição" que se prevê inclusivamente para a época pós-pandemia, tendo em conta as mudanças a operar em todos os ramos de negócio.
Gabinete de Apoio Camarário envolvido no processo
De modo a envolver e atrair o comércio local para esta plataforma que se desenvolverá ao longo do ano prestes a chegar, o Município utilizará o seu gabinete de apoio.
Esta novidade virtual permitirá ainda aos aderentes promover campanhas sazonais dos seus produtos, em épocas como o Natal, Páscoa, Verão, etc., garantido a empresa que suportará esta plataforma que "queremos ajudar o comércio local a fazer esta transição".
O presidente da AEVC, presente nesta reunião camarária em que foi apresentada esta ideia, prevê "um aumento da facturação através do digital", aproveitando inclusivamente esta situação pandémica.
"Centro Comercial Virtual"
A ausência de uma associação empresarial concelhia levou a Câmara de Caminha a apostar nesta parceria com a de Viana do Castelo, justificou Miguel Alves perante esta falta de interlocutor local.
A entrega de talões de compras e a realização do concurso de montras foram outras iniciativas imediatas do Município neste Natal, na tentativa de estimular a economia, recordando que alguns comerciantes se tinham dirigido à Câmara, interessados em promover eles próprios uma campanha do comércio tradicional.
O presidente da Câmara de Caminha referiu ainda que tinham decidido, este ano, assumir os custos totais das iluminações natalícias, incluindo as que eram custeadas pelas juntas de freguesia, o que representaria "um alívio" para ambos, a par de terem estabelecido alguma animação de rua "adequada aos tempos que vivemos", alertou.
O autarca incentivou o comércio local a aderir a esta plataforma "online" que lhes permitirá fazer com que, na prática, "estejam sempre abertos e sendo possível realizar compras todo o ano", com entregas em cada domicílio e em segurança, reforçou.
"Acesso gratuito à plataforma"
Vincou também que a Câmara suportará todos os custos relativos à criação desta plataforma, de modo a que a AEVC não tenha prejuízo, à qual todos os comerciantes do concelho de Caminha terão "acesso gratuito".
PSD diz que é "uma proposta de futuro"
Após estas explicações, o PSD, pela voz de Liliana Silva, considerou que estavam perante "uma proposta de futuro" e "uma mais-valia" para o nosso comércio, chamando contudo a atenção para o obstáculo que poderá constituir a "iliteracia digital" de muitos comerciantes, mas deverão ser todos envolvidos neste projecto, acentuou.
A vereadora da oposição referiu ainda ser importante a existência de um livro de reclamações digital na plataforma e sugeriu a Miguel Alves que estabeleça um link para que se saiba o horário das lojas durante o estado de emergência, através da página do Município.