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Teatro de Marionetas resiste à onda pandémica

"A cultura é segura", Carla Magalhães

Com as actividades culturais, recreativas e desportivas reduzidas praticamente a zero - basta referir que os campeonatos distritais de futebol sénior foram suspensos -, o Festival de Marionetas "Maluga", uma iniciativa luso-galaica da companhia de teatro (Krisálida) residente em Caminha, apoiada pela Câmara Municipal, conseguiu manter este evento que já vai na VI edição, conciliando actuações presenciais com visualizações online.

Na manhã do passado dia 5, o Grupo de Teatro e Marionetas Mandrágora, de Gondomar, exibiu no palco do Valadares e posteriormente no Cine teatro de Vila Praia de Âncora uma peça em que a vertente ecológica voltou a ser tema central, na luta contra a poluição produzida pelo plástico, desta vez tendo como referência de base o Parque Nacional da Peneda-Gerês, os seus garranos, águias e lobos afectados pelo plástico que comem, bem como as árvores e demais flora que sofrem as consequências dos erros e irresponsabilidade do homem.

Carla Magalhães, uma das componentes da Krisálida, confirmou ao C@2000 que as Marionetas de Gondomar são um grupo que "nós gostamos sempre de trazer até cá, porque eles preocupam-se muito com questões sociais e ambientais", temática valorizada de igual modo pelos organizadores do "Maluga", e para a qual foi chamada ainda a participar uma associação de defesa dos animais da Peneda-Gerês que recolheu opiniões de alunos sobre as suas preocupações ambientais neste espaço protegido.

Recordou que o resultado de uma parceria celebrada com este mesmo grupo de teatro e marionetas de Gondomar já tinha permitido encenar e construir as marionetas da peça "Plastikus", na qual sobressaía o problema da concentração de plásticos nos rios e mares.

Uma marioneta desta peça, como que representando uma fada das florestas e convivendo em harmonia com os animais, tentava que estes não comessem os desperdícios (veneno) abandonados negligentemente pelos habitantes das cidades quando se deslocavam para este parque, no caso, o da Peneda-Gerês, atitude fatal para a fauna autóctone, como a peça bem representava.

"Vir ao teatro é altamente seguro"

A participação do público nas actividades culturais no decorrer de mais uma vaga (forte) de contágios é escassa, como o demonstrou este evento, embora "a cultura seja segura", vincou Carla Magalhães, ao referir-se a "este espaço altamente protegido, cumprindo-se todas as regras de segurança neste tempo de pandemia".

Desinfecção, distanciamento, uso de máscara, medidores de temperatura permitem-lhe reafirmar que "vir ao teatro é altamente seguro", uma mensagem que "temos de passar", dando ainda como exemplo as salas cheias (embora com as regras necessárias e lotações reduzidas) que se verificam um pouco por todo o país.

Desta forma, afirma ser necessário "convencer as pessoas em Caminha de que é seguro ir ao teatro", insiste, porque "não é diferente de outas terras e com ofertas culturais interessantíssimas, porque se não, não se sobrevive".

Recurso ao "on line"

Nos casos dos ateliês que se realizavam habitualmente neste evento, face à impossibilidade de que isto se concretizasse de uma forma mais alargada, houve uma pré-incrição restrita a participantes em que foi utilizada a via "on line", através de "zoom", e para quem não conseguiu esta participação, foi possível acompanhar esta actividade (oficina de teatro de papel) em directo nessa tarde através da página do Facebook camarário.

Terminado o "Maluga", os seus componentes pretendem "proceder a um balanço" deste 2020 e perspectivar "o que fazer em seguida", bem como falar com a Câmara Municipal sobre "as nossas preocupações", uma vez que o Município é o seu parceiro "no conjunto de iniciativas", e só depois apontar para actividades em 2021, "num pós-pandemia, esperamos nós".



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