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Caminha

Entre Margens - Encontro de Tocadores continua a afirmar-se no contexto cultural do concelho

O Entre Margens - Encontro de Tocadores realizado como já vem sendo habitual no primeiro fim-de-semana de Junho, deu mais um passo no incremento das relações culturais entre Caminha e A Guarda.

Um dos espectáculos teve lugar na Praça do Relógio, em A Guarda, e o ferry-boat transportou tocadores e cantadores nas viagens entre as duas margens, durante o período em que se realizou este evento luso-galaico.

"Ligação à Galiza foi o mais positivo"

Francisco Caldas, uma dos elementos preponderantes no suporte logístico e programático do Entre Margens, valorizou muito positivamente este incremento do intercâmbio musical entre as duas vilas marinheiras.

Admitiu peremptoriamente que a "ligação à Galiza foi o mais positivo" no Entre Margens deste ano, ao ter sido possível levar até lá, "fisicamente", concertos "com uma assistência razoável e um público ligeiramente diferente do de cá", num ambiente "bom e numa praça (do Relógio) linda". Assinalou ainda que as pessoas estavam informadas do espectáculo.

Música no ferry teve impacto

Uma das inovações desta edição, prendeu-se com a existência de música a bordo do ferry-boat Stª Rita de Cássia, o que foi deveras apreciado pelos seus utilizadores, segundo lhe constou a Francisco Caldas.

Não só no dia da inauguração do evento, em que participaram muitos músicos e muito público, como "nos dias de funcionamento normal do ferry, em que as pessoas foram agradavelmente surpreendidas com as interpretações de música tradicional por parte de dois grupos galegos", através de gaitas de foles, percussões e pandeiretas.

A participação nas oficinas foi muito assinalável, vincou ainda este caminhense organizador do Entre Margens, "com mais de 10 participantes em cada uma".

A escolha dos espectáculos foi pensada para ser "variada", fazendo com que alguns concertos se relacionassem bastante com o que se passava nas oficinas, assim justificou a escolha dos diversos grupos, nomeadamente o Segue-me à Capela e o Carlos Batista, a par de ter sido possível incluir noutras duas actuações "os construtores de instrumentos que têm estado cá todos os anos", como foi o caso do Roncos do Diabo e o Mário Estanislau.

Os organizadores estavam satisfeitos com a adesão do público, registando-se uma "praça (Largo Gulbenkian) cheia", levando-os, contudo, a interrogar-se se teria sentido alargar os espectáculos para espaços mais amplos. Caldas reparou que "há gente que nos vem ver porque conhece o evento, embora a nível da população local ainda não se note uma grande mudança", assinalou.

"Esforço tem que valer a pena"

Apesar das rotinas já criadas que facilitam a preparação deste encontro de culturas de ambas as margens, Francisco Caldas não pensa para já na próxima edição, porque "esta custou-me bastante", embora fosse do seu agrado que "houvesse muitas mais, porque era sinal que tínhamos muita vida para a música tradicional", mas para tal, "é preciso que as condições sejam favoráveis e sintamos que estamos a ter retorno em termos de participação, mudança de hábitos e do gosto das pessoas por estas coisas".

O envolvimento dos componentes do Music Trad, dos Cavaquinhos de Riba d'Âncora e do grupo de bombos Virabombar de Azevedo, durante os dias desta festa da música, mereceu um registo agradável por parte da Câmara Municipal e do próprio Francisco Caldas.

"Segue-me à Capela" veio de Coimbra

Um grupo de Coimbra, o "Segue-me à Capela", constituído por sete mulheres, abriu o espectáculo do primeiro dia junto às arcadas da Igreja da Misericórdia, com cantares tradicionais à capela, "adaptando-os às nossas vozes e forma de cantar, com alguns arranjos que os tornem mais interessantes", após uma selecção de temas que "se distingam da normalidade", explicou Margarida, uma das intérpretes.

Amélia Muxe, temas mirandeses e safarditas são os favoritos deste grupo que tem recolhido apreciações elogiosas, atendendo a que "não somos profissionais", à excepção de uma das integrantes, o que as impede de "percorremos os palcos todos", dependendo da sua disponibilidade.

Margarida reconhece que a música tradicional portuguesa, nos tempos de hoje, "tem muito melhor aceitação do que já teve", notando-se uma procura maior dos grupos que a interpretam desde o 25 de Abril, apesar de ainda existir "alguma confusão" neste género de música, porque "a maioria das pessoas ainda não a conhece".

As componentes do Segue-me à Capela surgiram do seio do Grupo Etnográfico da Academia de Coimbra.


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