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Futebol

Ancorense 2 - Âncora-Praia 1

Ancorense virou o resultado com menos um jogador

Já dizia um célebre treinador italiano que às vezes joga-se melhor com 10 do que com 11 jogadores.

É o que parece ter sucedido no passado Domingo em mais um jogo a contar para o Distrital da II Divisão, entre o Ancorense e o Âncora-Praia, os dois primeiros classificados do campeonato.

Mais de mil espectadores presenciaram um despique de rivalidade concelhia, muito emotivo, com diversos casos, três expulsões e um resultado que a maioria dos presentes já não previa, após o Âncora-Praia ter chegado ao intervalo a vencer por 1-0 e aos 20' da segunda parte a sorte parecia sorrir ainda mais aos visitantes, após um jogador do Ancorense ter sido expulso por acumulação de amarelos.

O derby correu de feição ao Ânora-Praia logo aos 3' do início da partida, quando Machina, descaído pela direita, já dentro da área adversária recebeu um passe e rematou cruzado, a meia altura, obtendo o único golo da sua equipa.

A entrega ao jogo foi intensa por parte dos atletas de ambos os conjuntos alvinegros, com o público entusiasmado e concentrado no que se passava naquele rectângulo de jogo, apoiando os respectivos clubes, com algumas oportunidades para ambas as partes.

Competia à jovem equipa do Ancorense tentar chegar à igualdade, perante um mais experimentado adversário. As perspectivas tornaram-se mais negras para o Ancorense quando aos 20' da segunda parte ficou reduzido a 10 unidades por expulsão de um dos seus atletas. Contudo, não esmoreceram e duas jogadas estudadas e de bola parada, deram a volta ao resultado aos 30' e 35'.

Cruzeiro, através de um remate rasteiro na conversão de um livre à entrada da grande área adversária, fez a bola passar sob a barreira e um ligeiro desvio impossibilitou a defesa do guardião do Âncora-Praia. Cinco minutos depois, na marcação de um canto, Vasco recebeu um passe atrasado do colega que foi até à esquina do campo repor a bola em jogo, para rematar com precisão, conseguindo dessa forma consumar a reviravolta.

O Âncora-Praia reagiu ao infortúnio (e à tenacidade dos visitados) de se ver em inferioridade no resultado, quando jogavam 11 contra 10, e partiu à procura do empate, assistindo-se a uns minutos dramáticos - embora o Ancorense tentasse sempre ripostar em contra-ataque -, com a bola dentro da área do Ancorense, cuja equipa se viu ainda mais inferiorizada com a lesão de um jogador, tendo de suportar o acosso adversário com menos dois elementos em campo.

O Âncora-Praia mandou uma bola à base do poste, seguindo-se vários remates à baliza adversária, mas sem conseguir introduzi-la nas redes, muito por mérito, também, do keeper do Ancorense. A bola sobrevoava a pequena área da equipa da casa mas não entrava, embora o público afecto ao Âncora-Praia e os seus jogadores tivessem reclamado golo numa ocasião, alegando que o esférico tinha entrado totalmente na baliza, posição contrária à dos adeptos do clube visitado.

Com os ânimos quentes, e o final a aproximar-se, dois jogadores do Âncora-Praia foram expulsos e o resultado não se alterou.

O Ancorense, com esta vitória, subiu ao primeiro lugar da classificação, com mais dois pontos que o Âncora-Praia, com quem trocou de posição.

Dado que serão dois os clubes que subirão no final do campeonato à I Divisão Distrital, ambos acabaram por beneficiar da derrota do Távora (3º classificado nesse momento) em Lanhelas.

Alguns minutos após o término do encontro, os Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora foram chamados a prestar assistência ao jogador do Ancorense (Pedro Rocha) lesionado na cervical, sendo transportado para o Hospital de Viana do Castelo, embora os exames realizados não tenham revelado gravidade.

"Alma enorme"

Pisco Lisboa, treinador do Ancorense, admitiu perante a imprensa no final do encontro que tinha havido uma "alma enorme" por parte dos "miúdos que cresceram nestes quatro anos" conforme este técnico tem vindo a frisar.

Baseou-se nesta análise à sua equipa porque neste jogo "só deu Ancorense, apesar de termos sofrido uma bola aos três minutos", acusando o Âncora-Praia de "não ter querido jogar. Usou e abusou do anti-jogo à espera do nosso erro".

"Força veio de fora para dentro"

Na sua óptica, "após e expulsão, a equipa uniu-se ainda mais e com toda a moldura humana e a formação a ajudar-nos a ganhar", os três pontos ficaram em casa.

Gabou a exibição do guarda-redes local, "com cinco defesas do outro mundo" a par de todo o conjunto, incluindo os suplentes, apesar de "termos tido sete baixas" para este jogo, explicou.

Apesar de a considerar uma "vitória fantástica, são apenas três pontos, aproveitando para realçar a "mudança" que estará a acontecer no Ancorense em todas as áreas (publicidade, sponsors, enquadramento das equipas, subida da assistência aos jogos).

Desta forma, Pisco Lisboa pede "pés no chão, porque na próxima semana temos nova final com o Távora (actual 4º classificado após esta jornada), um jogo chave porque fecha a primeira volta".

Embora o jogo não tenha sido vistoso, Pisco Lisboa considerou isso normal num derby de tanta rivalidade, embora admitisse ter havido alguns momentos de bom futebol em que "mostramos a nossa evolução" baseada na formação que tem sido uma grande aposta do Ancorense, completou, após ter vincado que "soubemos defender" na parte final ("dramática") em que com apenas nove jogadores conseguiram segurar o resultado.

"Aquilo que têm feito ao Âncora-Praia não é correcto"

Jorge Varanda, técnico do Âncora-Praia, optou por não comentar o jogo, porque tinha um "recado" a dar à comunicação social da parte do presidente do clube de Vila Praia de Âncora, pelo que têm dito e escrito sobre o Âncora-Praia". Apenas destacou a "entrega e determinação dos meus jogadores e dar os parabéns ao adversário que, hoje, foi mais feliz do que nós, num jogo em que se defrontaram as duas melhores equipas do campeonato e, de certeza, que o Âncora-Praia vai vencer".

"Âncora-Praia vai subir"

Reforçou que o Âncora-Praia vai subir, a despeito das lutas extra-jogo que existem, considerando "mau demais para ser verdade".

Noutra notícia, abordamos o que Jorge Varanda referiu à imprensa, para sustentar aquilo que considerou uma campanha contra o clube que orienta.



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