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Dr. Artur Antunes /OM 47734
Médico Ortopedista Trofa Saúde Hospital
Hospital Privado Braga Sul e Hospital de Dia de Famalicão

Fraturas do punho em adultos

As fraturas do punho (rádio e/ou cúbito) são as fraturas mais frequentemente encontradas em contexto de urgência de Ortopedia.

Resultam de simples queda com traumatismo da mão ou punho (mais em doentes com idade superior a 60 anos) ou de mecanismos de alta energia, como acidentes de viação, no caso de doentes mais jovens. São mais comuns em doentes do sexo feminino com mais de 50 anos de idade e com osteoporose. Em até 50% das fraturas, estas estendem-se até à articulação - fraturas intra-articulares.

Apresentam-se normalmente por dor ao tentar mobilizar a mão e o punho, edema (inchaço) nessa local, deformidade do punho e, por vezes, sensação de formigueiro ou adormecimento dos dedos, causados pela compressão do nervo mediano que se encontra nessa região.

O exame auxiliar de diagnóstico a ser solicitado inicialmente é a radiografia do punho. Nos casos em que existe suspeita de atingimento intra-articular, é habitual a realização de Tomografia Axial Computorizada (TAC) para melhor definição da fratura e elaboração do plano de tratamento.

Numa fase inicial, as fraturas devem ser manipuladas (caso apresentem desvio) e imobilizadas com tala gessada ou gesso fechado. A manipulação de fraturas é habitualmente realizada com auxílio de medicação e/ou bloqueios locais com anestésico de modo a diminuir a dor e o desconforto da manobra. A manipulação e imobilização ajudam, comprovadamente, a diminuir o desconforto e o edema (inchaço).

O tratamento das fraturas depende de:

1) Desvio inicial da fratura (angulação da fratura, encurtamento ósseo)
2) Atingimento ou não da articulação (desvio intra-articular)
3) Controlo da fratura após manipulação
4) Fatores do doente - idade e dominância da mão

Nas fraturas em que não existe atingimento articular significativo e o controlo após manipulação é aceitável, pode ser realizado o tratamento não cirúrgico. Este consiste na manutenção da imobilização com gesso por um período variável de 4 a 8 semanas, com controlo por radiografia (semanal ou com outra periodicidade, de acordo com o tipo de fratura e o desvio inicial). Após retirar o gesso, é habitual a necessidade de reabilitação funcional em Medicina física e reabilitação, já que é frequente existir dor e rigidez após o período de imobilização.

Nas restantes fraturas, o tratamento cirúrgico surge como opção. Este pode ser dividido em três tipos diferentes:

1) Fixador externo - em fraturas com desvio acentuado e alterações articulares marcadas. Este tratamento por ser utilizado como tratamento definitivo ou em conjunto com os próximos dois, quer numa fase inicial quer posteriormente.

2) Fixação percutânea com fios de kirschner - utilizando uns fios metálicos, estabiliza-se a fratura até consolidar (unir). Podem ser utilizados em conjunto com o fixador externo ou com a imobilização com gesso. Os fios são deixados normalmente fora da pele, podendo ser retirados em ambulatório sem grande desconforto.

3) Fixação com placa e parafusos - a fratura é reduzida anatomicamente e é colocada uma placa e parafusos para a estabilizar e fixar. Habitualmente é realizada através de uma incisão na região palmar do punho. A cirurgia é realizada em regime de internamento - 1 a 2 dias - sendo posteriormente retirados os pontos ao final de 14 dias. Caso não provoque sintomas ou queixas, o material (placa e parafusos) é biocompatível e não é obrigatório retirar.

Em qualquer um dos tratamentos cirúrgicos, e após a extração de material (no caso do fixador externo e dos fios de kirschner) é solicitado o apoio da Medicina Física de Reabilitação para um auxílio na recuperação funcional.

O diagnóstico e tratamento atempado, realizado em ambiente com condições e experiência, são fatores que podem influenciar o resultado final desta fratura.

Caso apresente queixas similares às descritas, não hesite em contactar o seu médico ortopedista.



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