![]() Jornal Digital Regional Nº 546: 2/8 Jul 11
(Semanal - Sábados) |
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Vila Praia de Âncora Bombeiros desfazem dúvidas sobre impasse
Adriano Fernandes, director da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora (AHBVVPA), veio até uma reunião da Assembleia de Freguesia (AF) explicar a posição da instituição quanto ao projecto e candidatura destinados à reabilitação do cine-teatro, de modo a que não permanecessem quaisquer dúvidas. E foi mais além, dizendo que a obra não se faz porque a Câmara de Caminha não tem dinheiro.
Este dirigente da associação ancorense que se manteve praticamente sozinho à frente da corporação durante mais de um ano, após a grave crise que a afectou como resultado da suspensão de Francisco Sampaio do cargo de presidente da direcção, rebateu a ideia que poderia ter prevalecido em Vila Praia de Âncora, de que a obra de recuperação do edifício não teria avançado devido a uma eventual recusa no estabelecimento de um protocolo com a Câmara de Caminha. Frisou que a associação humanitária sempre se dispôs a celebrar esse protocolo que permitiria à autarquia caminhense utilizar a casa de espectáculos sempre que necessitasse, mas o cerne do problema residiu, na sua óptica, na falta de dinheiro camarário para suportar os 40% (cerca de 400.000€) dos custos da obra, dado que a candidatura apresentada pelos Bombeiros apenas tinha conseguido obter 60% de comparticipação por parte do Ministério da Cultura.
Adriano Fernandes recordou que perante o protelar da situação (a associação já tinha assumido e pago o projecto de reabilitação do cine-teatro), tinham solicitado uma reunião com a presidente da Câmara a fim de desfazer o impasse, mas teriam chegado à conclusão de que as obras não avançariam, não pela falta de um protocolo, mas por escassez de dinheiro. Júlia Paula teria sugerido aos responsáveis da AHBVVPA que contactassem com os deputados do PS e com o presidente da Federação deste partido (na altura governava o PS) a fim de conseguirem financiamentos que permitissem levar por diante a recuperação do edifício em acelerado estado de degradação.
Na parte final desta reunião da AF de Vila Praia de Âncora destinada à intervenção do público, Adriano Fernandes recordou ainda que tanto a associação como a câmara poderiam ter apresentado a candidatura, e só tinha recaído sobre os Bombeiros essa tarefa, porque o executivo camarário já tinha avançado com uma outra destinada a restaurar o Cine-teatro Valadares, em Caminha, a qual conseguira uma comparticipação de 80%. O vice-presidente da direcção da AHBVVPA lamentou a opção tomada pelo município relativamente aos dois cine-teatros, alegando que o Cine-teatro Valadares "não tem as condições do nosso", prevendo que seja um espaço destinado a "élites", apontando como facto revelador do que afirmava, a escolha da pessoa que "vai ficar à frente" desse projecto cultural. "Não sei como vamos resolver" o problema do cine-teatro ancorense, concluiu, e, "qualquer dia vem abaixo", vaticinou.
A exposição de Adriano Fernandes levou Manuel Marques, presidente da Junta, a referir que Assembleia de Freguesia "tem lutado" pela reabilitação do cine-teatro ancorense, recusando, contudo, que no seu Executivo se estabeleçam comparações entre o que é feito em Vila Praia de Âncora e Caminha. Assegurou que irá ouvir a câmara sobre este impasse, entendendo, no entanto, que o cine-teatro deve ser reconstruído para todos e não apenas para alguns, sendo essa a única fórmula de levar o município a investir nele, assegurou, prometendo prestar esclarecimentos na próxima assembleia. Por seu lado, José Presa, presidente da AF, admitiu que Júlia Paula teria dito que haveria alguma relutância da parte dos Bombeiros em celebrar o protocolo.
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