10 de Junho assinalado em Vila Praia de Âncora

Uma coroa de flores depositada junto ao monumento em memória dos militares do concelho mortos durante a Guerra Colonial, cujos nomes foram pronunciados em voz alta, e entrega de medalhas comemorativas das campanhas africanas a seis combatentes, estiveram no centro das Comemorações do 10 de Junho que decorreram no nó de Erva Verde, em Vila Praia de Âncora.

Os actos púbicos foram presididos por um oficial dos Comandos, iniciando-se com o hastear da Bandeira Nacional e os presentes a entoar o Hino Nacional.

"Não julguem os combatentes como súbditos de Salazar"

O tenente-coronel Dimas Vaz, presidente de Associação de Comandos do Distrito, cuja sede é em Vila Praia de Âncora, foi um dos dois oradores da manhã, centrando a sua intervenção em três combatentes da História portuguesa e explicando os seus feitos: Gonçalo Mendes da Maia, "O Lidador", do tempo de D. Afonso Henriques; Duarte Almeida, "O Decepado", da época de D. Afonso V; Aníbal Milhais, "Soldado Milhões", combatente da 1ª Guerra Mundial.

Aproveitou para criticar o esquecimento a que os políticos têm votado estes e outros personagens militares da história, pelos quais pediu "respeito e reconhecimento".

Na tentativa de demarcação do acto em que colaborou, com eventuais conotações de outras épocas, Dimas Vaz pediu aos presentes que "não julguem os combatentes como súbditos de Salazar, mas como combatentes pela Pátria".

E porque de combatentes se falava, aproveitou para saudar os pescadores de Vila Praia de Âncora e do concelho, eles próprios igualmente lutadores pela bravura com que enfrentam o mar, muitas vezes com risco para a própria vida.

Após recordar Camões, realçou o "nosso legado em África", ainda visível nos dias de hoje, dando como exemplo a existência, lado a lado, desfraldadas, bandeiras dos países africanos de expressão portuguesa e de Portugal, a propósito do Campeonato do Mundo de Futebol.

"Valorizar a nossa História"

"É um dos dias mais notáveis de Portugal e que devemos recordar com carinho", referiu a determinado ponto do seu discurso o vice-presidente camarário Flamiano Martins que representou com Paulo Pereira o município nestas cerimónias.

"O edil disse ser imperioso "honrar os que lutaram pela Pátria" e que "estaríamos dispostos a deixar tudo para combater pela Pátria", a fim de "construir o presente e o futuro".

Aproveitou a ocasião para realçar que nos dias de hoje, "lutamos contra os fechos das escolas, dos agrupamentos escolares e dos centros de saúde".

As cerimónias prosseguiram com a celebração de uma missa em memória dos que desapareceram e um almoço-convívio, sem que antes, duas aeronaves do aeródromo do Cerdal tivessem sobrevoado o local.