O 10 de Junho foi aproveitado pela comissão concelhia de antigos militares das ex-colónias portuguesas para inaugurar um obelisco de homenagem aos cinco milicianos mortos na Guerra Colonial de 1961-1974 e atribuir o nome de uma rua junto ao nó de Erva Verde.
A Câmara de Caminha e a Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora patrocinaram o obelisco e a atribuição da toponímia.
Presente um grupo de militares no activo e representantes de diversas associações de antigos combatentes dos três ramos das Forças Armadas que procederam a alguns rituais castrenses prévios, incluindo o Hino Nacional.
A cerimónia, presenciada por uma centena de ex-militares em África, registou um incidente, dado que se iniciou precisamente à hora marcada (10 horas), sem a presença do governador civil do distrito, Pita Guerreiro, que chegou ao local três minutos depois.
Após os toques de clarim e movimentos militares habituais nestas circunstâncias, foi inaugurado o nome da rua dos Combatentes, que liga a R. Miguel Bombarda à R. Mesquita da Silva.
Artur Gigante, um antigo combatente, leu um poema de Fernando Pessoa junto ao monumento acabado de inaugurar.
CERIMÓNIA JUNTO AO CEMITÉRIO
Contudo, as celebrações deste ano já se tinham iniciado três dias antes, com a celebração de uma missa na Igreja Paroquial de Vila Praia de Âncora em memória dos soldados concelhios mortos em África, seguindo-se a deposição de uma coroa de flores junto à lápide existente à entrada do cemitério local, em homenagem a esses homens.
Foi entoado pelos presentes A Portuguesa e, Gonçalo Sampaio, o orador habitual nestas cerimónias, assinalou com "profunda emoção e saudade" os que "morreram pela pátria", nesta história militar que terminou em Abril de 1974.
Prometeu vir a este local, todos os anos, homenagear os cinco combatentes ancorenses e terminou lendo o poema do "Regresso" da autoria de um general, naquele momento que definiu com de "profundo reconhecimento e alto sentido patriótico".
"PECOU NA POLÍTICA ULTRAMARINA"
Estiveram presentes alguns familiares dos militares alvo de homenagem
Foi o caso de uma das viúvas que não quis recordar esses momentos trágicos e "muito tristes" vividos há 42 anos, quando o seu marido morreu em Moçambique, não deixando contudo de tecer críticas à política ultramarina do Salazar, que definiu como "um erro muito grande e o resultado é isto que nós vemos".