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Lanhelas

Operação "maré viva" com tiros na beirada do rio

Foi uma madrugada agitadíssima a que se viveu na beirada do rio Minho, nesta freguesia, a partir das 3 horas do passado dia 28, quando a Polícia Judiciária abortou uma tentativa de colocação de uma lancha voadora nas águas deste rio, através de uma das rampas aí existentes.

A lancha rápida com motores poderosos foi transportada num camião desde uma nave situada num dos concelhos do Alto Minho que bordejam este rio, tendo a acompanhá-la uma grua com a finalidade de facilitar a entrada nas águas cheias do Minho.

É que a poderosa organização galega que estava por detrás desta acção de introdução da lancha rápida no rio, destinada a fazer a sua "estreia" no transbordo de droga desde o barco-mãe situado a largas milhas da costa, escolheu a praia-mar de uma das marés vivas de final de Setembro, em que o rio Minho regista um forte caudal, de modo a evitar que as hélices dos motores batessem nos inúmeros secos na sua viagem inaugural de descida do rio Minho, embora um piloto local conhecedor das armadilhas que as águas pouco profundas encerram, tivesse sido "convidado" a dar a sua "colaboração" nesta operação frustrada.

A partir do momento em que a polícia interveio, sucederam-se trocas de tiros entre os agentes policiais e as cerca de duas dezenas de narcotraficantes que "escoltavam" o barco até Lanhelas fortemente armados.

Carros e motos todo-terreno compunham o séquito constituído essencialmente por galegos, embora com colaboradores do lado de cá.

Ao serem descobertos, registou-se grande confusão na beirada do rio, com muitos dos participantes nesta operação a fugir pelas leiras de milho e pelos caminhos interiores.

Segundo apurámos, foi detido um dos narcotraficantes galegos, estando ainda em curso investigações na tentativa de identificar os cabecilhas e participantes nesta operação de narcotráfico, mais parecendo digna de um "thriller" policial.

Abortada a tentativa de introdução do barco no circuito fluvial e marítimo do tráfico de droga, e que viria a contar posteriormente com o apoio da Polícia Marítima e GNR, a lancha foi levada para outro local, ficando à guarda das autoridades policiais, devendo posteriormente permanecer sob a alçada do Estado, e que habitualmente as entrega a quem procede à vigilância das margens dos rios e orla costeira.

Portugal não colabora com Espanha

A descoordenação entre a legislação portuguesa e espanhola tem vindo a ser latente no negócio de construção de lanchas rápidas, um dos meios utilizados habitualmente nas descargas de droga.

Em Espanha, está proibido construir as designadas lanchas voadoras e quem for apanhado "vai dentro".

Em Portugal, a despeito das promessas eleitorais de que iriam ser aprovadas leis equivalentes às do país vizinho, nada se concretizou, tornando toda a zona de fronteira portuguesa num paraíso para as máfias, sendo vários os casos de armazéns e naves de antigas fábricas utilizados na construção clandestina destas embarcações.

Presentemente, a construção desses barcos é feita de uma forma ilegal - e são habitualmente montados desta forma -, apenas dando origem a uma contra-ordenação caso sejam detectados, a não ser que se prove a sua utilização no narcotráfico.


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