Coincidindo com o 22 º Aniversário da fundação do Jornal Digital Caminh@2000, vai ser apresentado no próximo dia 28, Sexta-feira, pelas 18 horas, na Biblioteca Municipal de Caminha, mais um livro dedicado à história do nosso concelho e da região alto-minhota, evidenciado mais uma vez que o jornalismo digital não é incompatível com as impressões em papel.
Ambos se complementam num trabalho vocacionado para a região que se tornou na razão de ser deste projecto editorial.
Esta nova publicação, "Alexandre Vieira (1884-1973) De Viana a Caminha. Um tipógrafo, jornalista operário e sindicalista revolucionário com o Alto Minho no coração", resultante de mais um trabalho de investigação de Paulo Torres Bento, professor de História na Escola Básica e Secundária de Caminha, encontra-se resumida na sinopse que agora publicamos, que será complementada no decorrer da sua apresentação, e desenvolvida nas páginas deste livro co-editado com As Edições Afrontamento, e que não deixarão de apaixonar todos os que se interessam pelo nosso passado.
Alexandre Vieira, provavelmente um ilustre desconhecido para muitos leitores, ainda não tinha merecido a atenção devida dos historiadores regionais, embora seja considerado uma das figuras mais relevantes do seu tempo, levando a que o ex-presidente da República Ramalho Eanes o tenha condecorado a título póstumo em 1981.
SINOPSE:
Alexandre Vieira (1884-1973), tipógrafo, jornalista e militante operário, foi um dos grandes nomes do sindicalismo revolucionário português da primeira metade do século XX, dos tempos pioneiros nos finais da Monarquia à oposição ao Estado Novo, passando pelos anos conturbados da Primeira República. Fundador e diretor de jornais tão importantes como A Greve, O Sindicalista, O Movimento Operário e A Batalha, passou pelas prisões por mais de uma ocasião e participou na criação da União Operária Nacional (1914) e da Confederação Geral do Trabalho (1919).
O propósito maior deste livro é contribuir para o conhecimento da etapa inicial da sua vida, passada em Viana do Castelo e na vila de Caminha, os primórdios do seu labor como tipógrafo e jornalista, e o início da militância político-sindical — com destaque para a sua ligação ao jornal operário vianense O Luctador. Rastrearam-se ainda outros momentos da relação de Alexandre Vieira com o concelho de Caminha (nomeadamente, com Vila Praia de Âncora), Viana do Castelo e o Alto Minho em geral, região a que se manteve profundamente ligado ao longo dos anos.
AUTOR
Paulo Nuno Torres Bento (1962, Tondela). Licenciado em História pela Universidade do Porto e Mestre em Educação pela Universidade do Minho, é professor de História e bibliotecário na Escola Básica e Secundária de Caminha. Tem-se dedicado à investigação sobre a História do concelho de Caminha e do Alto Minho, tendo publicado diversas obras sobre o tema, a saber, Jose? Porto (1883-1965). Desvendando o arquitecto de Vilar de Mouros (2003), Ruas de Caminha. Toponímia e História da Vila da Foz do Minho (2009), Da Monarquia à República no concelho de Caminha. Crónica política (1906-1913) (2010), Do Coura se fez Luz. Hidroeletricidade, iluminação píblica e política no Alto Minho (1906-1960) (2012), História Nossa. Crónicas de tempos passados por terras de Caminha e Âncora (2015), República em Tumulto. O concelho de Caminha nos anos da Grande Guerra, de Sidónio à Monarquia do Norte e da Pneumónica (1914-1919) (2019) e A Maçonaria ao Val. de Âncora e a Loja Vedeta do Norte (1903-1929) (2021).
No âmbito do Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, é coautor de Ferreiros e Serralheiros de Vilar de Mouros (2008), Dos caiadores aos estucadores e maquetistas vilarmourenses (2009), Álbum de Memórias do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense (2011); Minas e mineiros em Vilar de Mouros no século XX. Exploração de estanho e volfrâmio nas concessões da Fonte Nova e Castelhão (2013) e A Fábrica de Louça de Vilar de Mouros (2015).
Organizou, prefaciou e anotou as monografias BAPTISTA, Júlio. O Estado Novo e outros sonetos políticos satíricos (2008); RENDA, Manuel; SOUTO, Plácido; ROCHA, Alice Fontes. Serões Vilarmourenses. Vidas, usos e costumes de um mundo que se perdeu (2022).
Noutros contextos, é ainda autor de Flausino Torres (1906-1974). Documentos e Fragmentos Biográficos de um Intelectual Antifascista (2006); coautor de Desenvolvimento Pessoal e Social e Social e Democracia na escola (1993); organizou, prefaciou e anotou as monografias TORRES, Flausino. Diário da Batalha de Praga. Socialismo e Humanismo (2008); TORRES, Flausino Correia. A Vida do Capitão Torres. Da infância no Caramulo às expedições em África (1909/1916) e à Administração do concelho de Tondela (1919) (2020).